15/04/2015

Banco do Brasil coloca barreira ao diálogo com funcionalismo

O Banco do Brasil deu mais uma mostra de que pretende apostar ainda mais na política de mercado em vez de valorizar seus trabalhadores. O Conselho de Administração do banco público decidiu, no início de abril, extinguir a vice-presidência de Gestão de Pessoas (Gepes) e, no seu lugar, criou uma nova vice-presidência, a de Serviços, Infraestrutura e Operações.

Pelo novo organograma da instituição, o setor que lidava com as questões dos trabalhadores foi “rebaixado” e passou a integrar a vice-presidência de Distribuição, Varejo e Gestão de Pessoas.

Ernesto Izumi, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, aponta que do ponto de vista estrutural o número de funcionários na nova instância será o mesmo, mas a mudança impactará no relacionamento da estatal com seus mais de 100 mil funcionários.

“Essa medida reduz a importância, para a instituição, das questões dos trabalhadores e poderá prejudicar as negociações entre o movimento sindical e o BB. Isso porque no formato anterior a Gestão de Pessoas tinha autonomia para decidir sobre questões pontuais que afetam o funcionalismo. Agora talvez nem isso possa fazer, pois estará subordinada a outra estrutura do banco, que é focada no interesse de mercado. O movimento sindical foi surpreendido com a decisão do Conselho de Administração na aprovação das mudanças. E a consideramos totalmente equivocada”, afirma o dirigente sindical.

A alteração foi comunicada ao mercado por meio da Diretoria de Relações com Investidores. A nova vice-presidência de serviços será ocupada por César Borges, ex-governador da Bahia, e a de Varejo, à qual a Gepes foi incorporada, fica sob o comando de Paulo Ricci.

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