17/03/2015

Bancários debatem condições de trabalho com Santander

O Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) retomou as discussões sobre condições de trabalho nas agências e departamentos e isenção da cobrança de tarifas para os funcionários, entre outras questões. 

O Santander apresentou o programa Modelo Certo, que começou a ser instalado pelo banco no início do ano e que agora já atinge toda a rede. Segundo o Santander, esse programa objetiva substituir o foco de atuação das agências direcionado ao produto para ser voltado ao cliente, implicando na mudança de postura de gestores no que se refere à cobrança de resultados. O banco apresenta este programa como desdobramento da nova conquista do acordo aditivo Santander, que fazem parta da cláusula Condições de Trabalho (páginas 14 e 57 da Cartilha).

“Agora, cabe ao movimento sindical  acompanhar os efeitos da implementação deste programa junto aos trabalhadores, pois nossa principal reivindicação é que se acabe com as metas abusivas e as cobranças que tanto adoecem e prejudicam os trabalhadores”, afirma Alberto Maranho, representante da Fetec-CUT/SP na reunião.

Na negociação, os dirigentes sindicais criticaram duramente a redução dos postos de trabalho e a alta rotatividade no Santander, que tem atingido principalmente funcionários com mais tempo de casa e ou próximos à estabilidade pré-aposentadoria. 

Os sindicalistas expuseram números do balanço do Santander, no qual verifica-se que na comparação de 2013 com 2014 o número de funcionários passou de 49.621 para 45.309, redução de 8.7%, e o fechamento de agências que caíram de 2.313 para 2.252, diminuição de 6,4%. No mesmo período houve crescimento no número de contas correntes, de 29 milhões para 31 milhões. Já as despesas com pessoal tiveram aumento de 1,2%, em que pese a categoria ter conquistado o reajuste de 8,5% na Campanha Nacional Unificada 2014. “Mesmo que o Santander afirme não existir o turnover, os números mostram totalmente o contrário”, reforça Maranho. 

Metas - O Santander afirmou que respeita as normas, quanto ao trabalho externo, inclusive o de prospecção de conta universitária. Caso os sindicatos verifiquem tal descumprimento, devem denunciar. 

Bolsas de estudos - No relatório apresentado pelo banco, até o momento já foram atendidos 1.894 pedidos para primeira graduação, porém, os contemplados têm até 20 de março para entregar a documentação necessária. Desse total, 45% são novas concessões de bolsas e 55% renovação. As bolsas remanescentes da primeira graduação se somarão às 500 destinadas a pós-graduação, as quais serão disponibilizadas a partir do segundo semestre. 

Plano de saúde - Foi acertado de se agendar uma reunião para discutir especificamente essa questão. 

Tarifas - O banco ficou de analisar a reivindicação sobre redução de taxas de juros e isenção de tarifas aos empregados da ativa e aposentados. Nesse ponto os dirigentes sindicais insistiram na necessidade de valorizar também os aposentados, que dedicaram muitos anos de suas vidas ao banco. 

Prêmio tempo de casa – O Santander ficou de analisar a reivindicação de extensão ao prêmio por tempo de casa para funcionários que completarem 25 anos de vínculo dentro do período de aviso prévio e aos que se encontram afastados ou com inapto pelo banco.

SantanderPrevi – A direção do banco também ficou de analisar sobre a reivindicação de retomar as discussões do grupo de trabalho sobre SantanderPrevi, as quais estão interrompidas devido à intransigência da instituição financeira. Os trabalhadores insistem que haja eleições democráticas para o fundo de pensão, propondo ainda que o SantanderPrevi poderia migrar para o Banesprev como já ocorreu com outros fundos de pensão do grupo.

Homologação terceirizada – Os representantes dos trabalhadores reivindicam que a homologação da rescisão de contrato de trabalho não deve ser feita por terceirizados. O banco afirmou que essa prática não existe mais, porém, alguns sindicatos ainda a constataram. Os sindicatos devem denunciar se averiguarem tal prática.


Fonte: Fetec-CUT/SP, com Seeb SP

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