09/02/2015
Arquivos mostram que HSBC ajudou clientes a esconder milhões na Suíça

O braço suíço do banco HSBC ajudou clientes milionários e criminosos condenados em escândalos de corrupção e por tráfico de drogas a sonegarem impostos e a esconderem milhões de dólares em investimentos, distribuindo produtos bancários não identificados e orientando sobre como escapar das autoridades do fisco, segundo um dossiê formado por informações bancárias vazadas.
Os dados -obtidos por meio da colaboração internacional de organizações de notícias, que inclui o "Guardian"- revelaram que o private bank (área de gestão de fortunas) do HSBC na Suíça:
1) rotineiramente permitia aos clientes retirarem maços de dinheiro em espécie, frequentemente em moedas estrangeiras sem uso na Suíça;
2) comercializava serviços para que clientes milionários evitassem impostos;
3) ajudava alguns clientes a dissimularem contas não declaradas (caixa 2);
4) fornecia contas bancárias para criminosos internacionais, homens de negócios corruptos e indivíduos considerados de alto risco.
Maior vazamento de dados bancários da história, os arquivos do HSBC cobrem o período entre 2005 e 2007. Trazem a luz sobre 30 mil contas que somam cerca de US$ 120 bilhões em investimentos.
As revelações devem ampliar a pressão sobre os paraísos fiscais e estimular o debate internacional sobre formas de aperta os controles.
Procurado pelo "Guardian", o HSBC, segundo maior banco do mundo, admitiu que sua subsidiária suíça fez coisas erradas.
"Nós tomamos conhecimento e fomos alertados sobre falhas nos controles internos no passado", informou o banco em uma nota.
O braço suíço, disse a nota, ainda não foi totalmente integrado ao HSBC após sua aquisição em 1999, permitindo que persistisse um padrão significativamente inferior nos controles internos.
A resposta levanta sérias questões sobre a supervisão da operação suíça pelos altos executivos do grupo HSBC. "O HSBC era tocado em uma forma mais federalizada do que é hoje e as decisões eram frequentemente tomadas em nível local", disse o banco
No período do vazamento, o HSBC era chefiado por Stephen Green, que deixou o banco em 2010 para ser ministro do Comércio do premiê britânico, David Cameron. Ele preferiu não comentar.
Apesar de as autoridades do fisco terem tido acesso confidencial às informações vazadas desde 2010, a verdadeira natureza da conduta do banco suíço não tinha ainda se tornado pública.
Artistas de Hollywood, membros da realeza e personalidades do mundo da moda figuram nos arquivos.
Os documentos mostram que a subsidiária do HSBC prestava serviços bancários a parentes de ditadores, pessoas envolvidas em escândalos de corrupção na África e na indústria de armas ilegais.
Desde 1998, as regras bancárias da Suíça passaram a requerer um alto grau de diligência a contas de pessoas politicamente expostas. Os documentos, no entanto, sugerem que o HSBC fornecia serviços a essas pessoas.
Um desses clientes é Sanjay Sethi, condenado em 2013 por despistar autoridades do fisco dos EUA. Na França, o gerente do HSBC Nessim el-Maleh permitiu o depósito na conta de clientes respeitáveis de dinheiro vindo em sacos plásticos, obtidos com a venda de maconha nos subúrbios de Paris. Uma conta na Suíça foi usada para reembolsar traficantes de drogas.
O HSBC já está enfrentando investigações criminais na França, Bélgica, EUA e Argentina, como resultado do vazamento desses arquivos.
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