02/07/2014
Sindcatos debatem emprego, bancarização e segurança com Itaú nesta quarta

Na última rodada de negociação, ocorrida no dia 13 de maio, na sede da Contraf-CUT, o banco afirmou que pretende integrar os trabalhadores da Fináustria à categoria bancária. Trata-se de um setor do banco que possui 1.829 empregados em todo o país.
"Hoje os funcionários da Fináustria são registrados como comerciários, mas atuam como bancários. Queremos garantir que o Itaú conceda os mesmos diretos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para esses trabalhadores", explica Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.
Bancarização
O piso atual dos trabalhadores da Fináustria é de cerca de R$ 900. Com a bancarização deverá passar para R$ 1.648,12, que é o piso da categoria bancária. Eles também continuarão recebendo as comissões pelo financiamento de veículos.
Pela proposta do banco em análise pelas entidades sindicais, os trabalhadores terão direito à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), PCR (Participação Complementar nos Resultados), auxílio-educação, reembolso do combustível ao utilizar automóvel no trabalho e todas as demais conquistas da categoria.
Outra mudança importante está na jornada de trabalho, que passará a ser de 6 horas em vez de 8 horas, alcançando cerca de 1.600 trabalhadores. A jornada trabalhada aos sábados será considerada hora extra com adicional de 50% e aos domingos e feriados com adicional de 100%.
Ainda pela proposta do Itaú, os funcionários da Fináustria terão direito de folgar um final de semana cheio por mês. "Atualmente, como comerciários, esses trabalhadores nem sempre conseguem descansar aos finais de semana", ressalta Wanderley, que também é presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina. "Mas reivindicamos pelo menos o direito de folgar dois finais de semana cheios por mês", defende.
Mudar o jogo do emprego
"As entidades sindicais também querem discutir com o Itaú o fim das demissões, que não se justificam diante dos lucros bilionários do banco, que é um dos patrocinadores da Copa do Mundo", enfatiza Jair Alves, um dos coordenadores da COE do Itaú.
Apenas em 2013, o Itaú obteve lucro líquido de R$ 15,8 bilhões, o dobro do que o governo brasileiro investiu desde 2007 para construir e reformar os estádios para a Copa. No primeiro trimestre de 2014, o lucro já chegou a R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entretanto, apesar de tanto lucro, o Itaú cortou 733 vagas no primeiro trimestre de 2014, totalizando 2.759 nos últimos 12 meses.
"Precisamos acabar com essa sangria de postos de trabalho, mudar o jogo do emprego e garantir mais contratações, a fim de melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes e à população", propõe Jair Alves.
Insegurança nas agências de negócios
Outro problema grave é a falta de investimento do banco em segurança. Pior, o Itaú tem implantado um novo modelo de agências de negócios, onde trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem vigilantes nem equipamentos de segurança.
A Contraf-CUT já cobrou o fim desse modelo inseguro e denunciou essa iniciativa do Itaú ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal, solicitando que tomem providências "para fiscalizar essas agências e fazer com que o banco adote procedimentos de segurança para proteger a vida das pessoas".
Algumas liminares já foram concedidas pela Justiça do Trabalho em Curitiba e Campinas, determinando a reinstalação de portas de segurança com detectores de metais, de acordo com as leis municipais vigentes, e a presença de vigilantes, conforme garante a lei federal nº 7.102/83.
"A vida de trabalhadores e clientes precisa ser protegida", alerta Wanderley, lembrando que uma dessas agências já foi assaltada em Londrina, quando os bandidos espalharam pânico e roubaram os pertences dos bancários.
Reunião da COE do Itaú
Antes da negociação, a Contraf-CUT promove uma reunião da COE do Itaú nesta quarta-feira, às 9h30, na sede da Confederação, no centro de São Paulo, para analisar a proposta de bancarização feita pelo Itaú e enviada para a discussão nas federações e sindicatos.
Também haverá debates sobre os demais temas que estarão na mesa de negociação com o banco.
Fonte: Contraf-CUT
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