19/03/2013

Encontro Estadual dos Funcionários do Itaú lista prioridades de luta

As demandas de luta no Itaú foram pauta do Encontro Estadual dos Funcionários, realizado pela FETEC/CUT-SP,  no dia 18. Com ampla participação de dirigentes dos sindicatos filiados, o evento tirou as propostas da base cutista do Estado de SP a serem encaminhadas para o Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú, a ser realizado entre os dias 02 e 04/04.

 

Dentre as prioridades, está a luta em defesa do emprego. De acordo com levantamento realizado pela FETEC/CUT-SP, entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2013, ocorreram na base cutista do Estado de SP mais de 4 mil demissões. Outro número revelador apontado pelo levantamento foi o de pedido de demissões: mais de 1.300 pedidos, o que denuncia a exaustão do bancário frente às péssimas condições de trabalho.

 

"As demissões no Itaú são mais uma forma encontrada pelo banco para redução de custos com vistas a elevar o seu nível de eficiência. Prática que vem adotando muito mais de as outras instituições", denuncia Valdir Machado, dirigente da FETEC/CUT-SP.

 

Ainda vinculado à defesa do emprego decente, os dirigentes da FETEC/CUT-SP defendem a luta contra as terceirizações e contra o horário estendido adotado pelo banco em corredores e agências localizadas em shoppings centers.

 

Análise do balanço - Conforme estudo de balanço apresentado pelo Dieese durante o evento, a saúde financeira do Itaú segue em alta e, mesmo assim, o banco se vale de elevadas Provisões para Débitos Duvidosos (PDD), como forma de minimizar a distribuição dos seus lucros aos bancários. "Mesmo com o segundo maior lucro do setor bancário em 2012, de R$ 14,043 bilhões, o Itaú seguiu demitindo, precarizando as condições de trabalho dos funcionários e de atendimento à população, haja vista que a instituição está entre as mais reclamadas do Procon/SP", cita Valdir Machado.

 

Remuneração - De acordo com o debate desta quinta-feira, o programa interno de renda variável não remunera condizentemente os bancários. Recentemente, o Itaú promoveu mudanças no programa, tornando as metas impossíveis de serem atingidas. "Queremos debater com o banco as regras do seu programa interno de remuneração", afirma Valdir Machado.

 

PCR - Os dirigentes sindicais da base da FETEC/CUT-SP também debateram a necessidade de se negociar com o banco os moldes do PCR (Programa Complementar nos Resultados), de forma a se definir uma proposta que seja capaz de contemplar os funcionários, inclusive no que diz respeito à bolsa educação. Atualmente, uma das principais reivindicações dos bancários neste item é para a implementação da bolsa pós-graduação.

 

Saúde e condições de trabalho - O Encontro Estadual debateu a violência organizacional que vitimiza os funcionários do Itaú, como fruto dos programas internos do banco, dentre os quais, o principal é o AGIR.

 

Para os dirigentes cutistas do Estado de SP, o movimento sindical deve insistir em negociar as regras do AGIR, de forma a influenciar na gestão do banco no que diz respeito à saúde dos trabalhadores.

 

Os dirigentes questionaram o papel dos médicos do trabalho do Itaú, os quais têm se limitado a uma mera atuação cartorial. Neste debate, também foram apontadas as falhas no programa de reabilitação do Itaú e a necessidade de o movimento sindical intensificar a mobilização para a correção dos problemas.

 

Plano de saúde - Outra demanda apontada pelos dirigentes é com relação ao plano de saúde. Hoje, as reclamações são crescentes devido aos gastos dos bancários quando da realização de consultas e exames médicos.

 

Frente às reclamações, a FETEC/CUT-SP está realizando levantamento nas bases para apurar o índice de insatisfação, bem como o que os bancários querem que seja melhorado. "É importante que todos os sindicatos participem do levantamento", reforça Valdir Machado

 

Previdência complementar - Está prevista para o próximo mês de junho eleição dos representantes dos bancários no instituto de previdência do Itaú. O Encontro Estadual apontou a necessidade de os dirigentes se preparem para o pleito, de forma a ampliar a representação dos trabalhadores, inclusive dando ampla divulgação entre os funcionários.

 

Na avaliação do secretário de Bancos Privados da FETEC/CUT-SP, Alberto Maranho, os debates do Encontro Estadual foram enriquecedores. “Tenho certeza de que deste encontro cada dirigente da base da nossa federação levou mais informação ao seu sindicato ao mesmo tempo em que deixou aqui importantes contribuições para os debates que serão encaminhados ao encontro nacional que ocorrerá no início próximo mês de abril”, afirma Maranho.

Lucimar Cruz Beraldo

Participação do Sindicato

Os diretores do Sindicato Carlos Alberto Moretto e Carina Franceze participaram da reunião.  De acordo com Moretto, a  redução dos custos por meio de rotatividade é um tendência inaceitável do setor financeiro. "Trata-se de um desrespeito ao trabalhador que se mata para garantir lucros para o banco, é forçado a cumprir metas abusivas  e depois, descartado", afirma.



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