08/02/2012

ITAÚ: Lucro astronômico e demissões...como pode ?

O Itaú anunciou nesta terça-feira 7 lucro líquido de R$ 14,62 bilhões em 2011, o maior da história do sistema financeiro nacional. Mas, na contramão da economia brasileira, que gerou mais de 1,9 milhão de novos empregos no ano passado, o Itaú fechou 4.058 postos de trabalho em 2011.

"A sociedade brasileira não pode aceitar esse absurdo. Como pode uma empresa ter o maior lucro do país, mesmo comprando bancos no exterior, demitir milhares de trabalhadores brasileiros e ainda cortar mais de 4 mil vagas, jogando contra o grande esforço nacional de gerar emprego e renda para fazer frente aos riscos da crise internacional?", questiona Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e funcionário do Itaú.

"Essa é a mais sórdida maneira de concentração de riqueza num país que está entre as dez economias mais desiguais do planeta", critica o dirigente sindical. "Além de reduzir o mercado de trabalho com demissões, o lucro do Itaú é uma afronta a toda a sociedade, uma vez que parte considerável é fruto da cobrança dos juros, dos spreads e das tarifas, que são os mais altos do mundo e que não caem nos bancos, apesar das sucessivas quedas da taxa Selic."

O lucro de R$ 14,6 bilhões do Itaú no ano passado foi 9,74% maior que o resultado de R$ 13,3 bilhões de 2010. A receita com prestação de serviços cresceu 11,39% e as despesas de pessoal aumentaram apenas 7,27% (menos que o índice de reajuste de 9% da campanha nacional do ano passado).

A relação entre as receitas de prestação de serviços e as despesas de pessoal cresceu de 137,34% em 2010 para 142,61% no ano passado. "Ou seja, o Itaú cobre quase uma vez e meia toda a folha de pagamento somente com a cobrança de tarifas dos clientes", critica Carlos Cordeiro.

Com esses números estrondosos, os bancários irão reforçar a mobilização dos trabalhadores para avançar as negociações, que serão retomadas nesta sexta-feira (10), às 15h, em São Paulo. Trata-se da primeira rodada em 2012, que será marcada pela entrega da minuta específica de reivindicações dos funcionários do banco, definida no Encontro Nacional realizado nos dias 14 e 15 de dezembro de 2011.

"A luta pelo emprego é o debate central junto ao Itaú, que tem causado milhares de demissão pelo país afora", avalia Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que assessora a Contraf-CUT nas negociações. "A pressão do movimento sindical é por mais contratações e pelo fim da rotatividade", acrescenta.


Fonte: Contraf-CUT


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