Itaú não merece prêmio de sustentabilidade
O Sindicato insiste em que o Itaú Unibanco devolva o prêmio de sustentabilidade entregue recentemente pelo jornal inglês Financial Times. Os dirigentes argumentam que as práticas do banco, com demissão de funcionários e cobrança de metas abusivas são absolutamente contraditórias com o título.
Além do respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade pressupõe respeito aos trabalhadores, manutenção de empregos e um ambiente de trabalho saudável. Não é o que tem acontecido na instituição, onde as demissões e as metas de mais de 150% têm causado adoecimento dos funcionários e instaurado um clima de terror no banco.
Na reunião, inclusive, os empresários destacaram o título internacional de sustentabilidade e o de banqueiro do ano a Setúbal (prêmio dado pela revista britânica Euromoney). Mas em nenhum momento falaram de emprego e qualidade do ambiente de trabalho.
As demissões fazem parte da estratégia do banco para economizar em mão de obra, já que estão sendo demitidos principalmente os empregados com mais tempo e maiores salários, os que estão próximos da estabilidade para aposentadoria, os que têm histórico de afastamento por motivo de doença e as pessoas com deficiência. Demitem bancários com salários mais altos e contratam em seu lugar com um salário até 50% menor.
Dados do Dieese apontam que a diferença salarial entre demitidos e admitidos no setor financeiro no primeiro trimestre desse ano chegou a 43%. Assim, apesar de estar com mais funcionários – segundo o próprio Itaú houve crescimento de 82 mil para 85 mil empregados –, a instituição gasta menos com a folha de pessoal. Isso mostra que o turn over anunciado pelo banco só é uma forma de demitir para recontratar pagando menos. E mesmo que o número de funcionários tenha aumentado, o banco ainda precisaria contratar mais, já que a sobrecarga de trabalho é muito grande, principalmente nas agências onde os gerentes são obrigados a abrir caixas e onde os clientes esperam um tempo cada vez maior por atendimento. Também é nas agências, acrescenta Júlio, que o número de adoecimentos de bancários é maior.
Realocação – Nas últimas reuniões com dirigentes, o setor de RH do Itaú informou que as realocações têm acontecido. O Sindicato, no entanto, questiona a forma como elas têm sido feitas. São os trabalhadores com cargos sobrepostos que têm de ir atrás de outro cargo, e eles têm apenas 30 dias para achar uma outra função, o que funciona quase como um aviso prévio. Isso é absurdo porque é o RH do banco que deveria cruzar informações e indicar onde esses bancários poderiam ser realocados.
O Sindicato permanece aberto a negociações com o banco, mas vai continuar exigindo mais transparência do RH, respeito aos empregos e ações para melhorar o clima de trabalho.
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