10/12/2024
“Saúde é bem inegociável!”, aprovam trabalhadores na 6ª Conferência da UNI Américas
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 280 milhões de pessoas sofrem com depressão globalmente e, em grande parte, a questão de saúde mental está relacionada ao desemprego, instabilidade no mercado de trabalho e hiperconectividade. Os dados foram apresentados pela secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, durante a defesa de moção por saúde aos trabalhadores, realizada no último sábado (7), na 6ª Conferência da UNI Américas, em La Falda, em Córdoba, na Argentina.
“A moção foi aprovada por todos e todas que estavam presentes no encontro, porque identificamos que, em âmbito regional, a saúde mental dos trabalhadores, especialmente jovens e mulheres, é uma necessidade urgente na realidade contemporânea”, explicou Rita Berlofa. A 6ª Conferência da UNI Américas reuniu entre os dias 5 e 7 de dezembro, 600 delegados e observadores de 140 organizações sindicais de 28 países do continente.
“O que identificamos é que, de um lado, os jovens estão sendo mais afetados pelo desemprego e pelo trabalho de baixa qualidade, como os oferecidos pelas plataformas digitais. Enquanto as mulheres são as mais afetadas pela carga da dupla responsabilidade: além do trabalho fora de casa, elas ainda são mais demandadas nos trabalhos domésticos. Com isso, no ambiente laboral, o esgotamento emocional e o burnout estão se tornando comuns”, completou.
Com base em dados da consultoria Deloitte, a dirigente destacou que 76% dos jovens afirmam que sua saúde mental foi afetada negativamente no trabalho e entre as mulheres, 53% relatam níveis crescentes de estresse e esgotamento (burnout).
Rita Berlofa destacou que, no Brasil, em torno de 30% dos afastamentos médicos por saúde mental, dentre todos os trabalhadores, são de bancários e bancárias.
“Esses adoecimentos são motivados pela pressão violenta pelo cumprimento de metas, temor de perder o emprego, assédio moral e falta de funcionários para cumprir todas as tarefas exigidas. São números alarmantes, que refletem uma sociedade que negligencia o impacto do trabalho na mente humana”, observou a dirigente. “Nós, trabalhadores, vendemos nossa força de trabalho, nosso conhecimento, o nosso intelecto, mas nunca a nossa saúde! Porque a saúde é um bem inegociável”, completou na defesa da moção, que foi aprovada por unanimidade pelos participantes da 6ª Conferência da UNI Américas.
Sobre como o movimento sindical bancário têm atuado no Brasil, para combater o problema, Berlofa ressaltou que, há anos, os trabalhadores conquistaram uma mesa permanente de negociações com os bancos, para tratar da saúde laboral. Mais recentemente, na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, a categoria conseguiu que, pela primeira vez, os bancos concordassem em incluir explicitamente o termo "assédio moral" nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.
“O cuidado com a saúde mental dos trabalhadores deve ser visto como um compromisso com a dignidade humana e com uma sociedade mais equânime. Por isso parabenizo a UNI [Américas] por ter trazido esta moção para debate pois ela reflete a realidade vivenciada pelos trabalhadores de todo mundo”, concluiu a dirigente brasileira.
A UNI Américas é o braço continental da UNI Global Union, sindicato mundial que representa mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do setor de serviço em todo o mundo.
Troca de experiências
A 6ª Conferência Regional da UNI Américas começou na quinta-feira (5) e terminou no sábado. Entretanto, os trabalhadores e trabalhadoras estiveram reunidos, desde o dia 2 de dezembro, para os encontros que ocorreram nos dias anteriores: a 6ª Conferência Regional UNI Américas Finanças; a 7ª Conferência UNI Américas Mulheres; e a 6ª Conferência UNI Américas Juventude.
Durante o período, representantes do movimento sindical de todo o continente realizaram trocas de experiências e aprovaram moções sobre diversos temas que definirão a luta da classe trabalhadora nos próximos anos, incluindo os impactos da inteligência artificial (IA), direitos trabalhistas e defesa da democracia.
Os trabalhadores também aprovaram as novas composições dos comitês para os próximos quatro anos, com a eleição da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, para a presidência da UNI Finanças Américas; Héctor Daer para a presidência da UNI Américas; e Márcio Mozane reeleito secretário regional da entidade.
“A moção foi aprovada por todos e todas que estavam presentes no encontro, porque identificamos que, em âmbito regional, a saúde mental dos trabalhadores, especialmente jovens e mulheres, é uma necessidade urgente na realidade contemporânea”, explicou Rita Berlofa. A 6ª Conferência da UNI Américas reuniu entre os dias 5 e 7 de dezembro, 600 delegados e observadores de 140 organizações sindicais de 28 países do continente.
“O que identificamos é que, de um lado, os jovens estão sendo mais afetados pelo desemprego e pelo trabalho de baixa qualidade, como os oferecidos pelas plataformas digitais. Enquanto as mulheres são as mais afetadas pela carga da dupla responsabilidade: além do trabalho fora de casa, elas ainda são mais demandadas nos trabalhos domésticos. Com isso, no ambiente laboral, o esgotamento emocional e o burnout estão se tornando comuns”, completou.
Com base em dados da consultoria Deloitte, a dirigente destacou que 76% dos jovens afirmam que sua saúde mental foi afetada negativamente no trabalho e entre as mulheres, 53% relatam níveis crescentes de estresse e esgotamento (burnout).
Rita Berlofa destacou que, no Brasil, em torno de 30% dos afastamentos médicos por saúde mental, dentre todos os trabalhadores, são de bancários e bancárias.
“Esses adoecimentos são motivados pela pressão violenta pelo cumprimento de metas, temor de perder o emprego, assédio moral e falta de funcionários para cumprir todas as tarefas exigidas. São números alarmantes, que refletem uma sociedade que negligencia o impacto do trabalho na mente humana”, observou a dirigente. “Nós, trabalhadores, vendemos nossa força de trabalho, nosso conhecimento, o nosso intelecto, mas nunca a nossa saúde! Porque a saúde é um bem inegociável”, completou na defesa da moção, que foi aprovada por unanimidade pelos participantes da 6ª Conferência da UNI Américas.
Sobre como o movimento sindical bancário têm atuado no Brasil, para combater o problema, Berlofa ressaltou que, há anos, os trabalhadores conquistaram uma mesa permanente de negociações com os bancos, para tratar da saúde laboral. Mais recentemente, na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, a categoria conseguiu que, pela primeira vez, os bancos concordassem em incluir explicitamente o termo "assédio moral" nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.
“O cuidado com a saúde mental dos trabalhadores deve ser visto como um compromisso com a dignidade humana e com uma sociedade mais equânime. Por isso parabenizo a UNI [Américas] por ter trazido esta moção para debate pois ela reflete a realidade vivenciada pelos trabalhadores de todo mundo”, concluiu a dirigente brasileira.
A UNI Américas é o braço continental da UNI Global Union, sindicato mundial que representa mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do setor de serviço em todo o mundo.
Troca de experiências
A 6ª Conferência Regional da UNI Américas começou na quinta-feira (5) e terminou no sábado. Entretanto, os trabalhadores e trabalhadoras estiveram reunidos, desde o dia 2 de dezembro, para os encontros que ocorreram nos dias anteriores: a 6ª Conferência Regional UNI Américas Finanças; a 7ª Conferência UNI Américas Mulheres; e a 6ª Conferência UNI Américas Juventude.
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