31/07/2024

Quinta-feira (1) é Dia Nacional de Luta pela saúde dos trabalhadores bancários!

Trabalhadores e trabalhadoras, com o apoio do movimento sindical, estão organizando manifestações nas redes sociais e em agências de todo o país por mais saúde na categoria, para esta quinta-feira (1º).

As ações ocorrerão em resposta à Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban) que, na última mesa de negociação, no âmbito da Campanha Nacional de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), relatou que não existem dados suficientes que comprovem que casos de adoecimento mental estão ligados à atividade de trabalho.

"Ainda na mesa, rebatemos as afirmações com dados da própria Organização Mundial de Saúde (OMS), entidade que afirma que as condições de trabalho podem afetar negativamente a saúde mental a exemplo do assédio moral que, infelizmente, é uma prática que todos nós reconhecemos que ocorre nos bancos, por isso que, em 2022, inclusive, estabelecemos uma cláusula na CCT de combate a esta prática", pontuou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, que também é presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

"Sempre houve uma percepção do movimento sindical de que os instrumentos de gestão usados pelos bancos para buscar resultados causam o adoecimento do bancário. Mas, de uns anos para cá, com a intensificação das metas, esse adoecimento está se tornando epidêmico. Essa relação, entre o trabalho bancário e o adoecimento, especialmente o mental, já foi fartamente comprovado por pesquisas científicas. Mas, quando o setor não reconhece o adoecimento, significa que nada é feito pelas empresas para melhorar as condições de trabalho, para adequar as condições de trabalho e evitar que este cenário de adoecimento continue acontecendo. Os bancos hoje são grandes sub notificadores, e com postura de negacionaistas!", ressaltou o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Luiz Eduardo de M. Freire (Sadam). 

"Por isso, precisamos intensificar o engajamento para que mais bancárias e bancários participem das ações de mobilização. A saúde sempre foi um tema prioritário e é debatido constantemente pelo movimento sindical, mas agora é hora de avançar e os bancos apresentarem soluções concretas. Não adianta a gente trabalhar ou viver sem saúde. Queremos dos bancos um tratamento digno e um ambiente de trabalho saudável!", reforçou Sadam.

Orientações

"Como não haverá tuitaço, orientamos a todos os trabalhadores de nossa base que compartilhem nas redes e nos grupos do WhatsApp os materiais de apoio que serão encaminhados ainda hoje por meio de nossa linha de transmissão, com dados sobre o adoecimento na categoria. A proposta é utilizar sempre a hashtag #MenosMetasMaisSaúde e o mote “Não adianta negar, saúde em 1º lugar”, nas publicações", explica o dirigente do Sindicato.

Se você ainda não faz parte da linha de transmissão do Sindicato, cadastre já! Basta salvar em seus contatos o número (17) 99259-1987, enviar uma mensagem com seu nome, cidade e banco em que trabalha. Prontinho, cadastro realizado com sucesso! Atenção: este canal é diferente dos grupos de WhatsApp, portante é muito importante manter o número salvo em sua agenda para conseguir receber os conteúdos.

Afastamento na categoria é três vezes maior que média geral

O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, ressaltou que a manifestação negacionista dos representantes da Fenaban na mesa é preocupante, considerando o resultado da Consulta Nacional dos Bancários que, neste ano, ouviu quase 47 mil trabalhadoras e trabalhadores, de todas as regiões do país.

"Quando foi perguntado se utilizavam medicamentos controlados (antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes), nos últimos 12 meses, 39% afirmaram que sim. Esse dado revela o alto índice de adoecimento mental na categoria", pontuou Salles.

Nessa mesma pesquisa, quando questionados sobre quais são os impactos da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas à saúde, podendo escolher múltiplas respostas, os resultados foram:

- 67% - preocupação constante com o trabalho
- 60% - cansaço e fadiga constante
- 53% - desmotivação, vontade de não ir trabalhar
- 47% - crise de ansiedade/pânico
- 39% - dificuldade de dormir, mesmo aos finais de semana

Mauro Salles destacou ainda que os trabalhadores abordaram na mesa, com a Fenaban, levantamento do Dieese, com base em dados do INSS e da RAIS, e que mostra que o afastamento bancário relacionado à saúde mental, em 2022, foi três vezes maior que a média de afastamentos, considerando todas as categoriais.

"Diante dessas informações, que não são de hoje, mas semelhantes às registradas em anos anteriores, nossas reivindicações são a rediscussão da política de metas nos bancos, para que os prazos sejam razoáveis e respeitados. Também reforçamos o combate ao assédio moral e o direito à desconexão, fora do horário de trabalho. Por fim, reivindicamos que as bancárias e bancários adoecidos tenham tratamento humanizado e condições para se recuperarem e manterem seus empregos", completou Juvandia Moreira.

A também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, ressaltou que o movimento sindical levou à mesa provas suficientes de que "o adoecimento mental dos bancários é maior que em outras categorias" e que por isso, os trabalhadores querem avançar no combate ao assédio moral. Ela lembrou ainda que a pressão para bater metas "também é intensificada pela vigilância de resultados e pela insuficiência de pessoas para realizarem suas tarefas, gerando um ritmo de trabalho excessivo".

Só em 2023, os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 108,6 bilhões. Mas, apesar do montante, nesse mesmo ano fecharam mais de 600 agências e demitiram mais de 2 mil funcionários.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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