26/06/2024
Comando Nacional cobra a garantia de empregos e ultratividade do acordo
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, nesta quarta-feira (26), com representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para a primeira reunião de negociação, que tratou sobre “Emprego”. Antes de entrar no tema, os trabalhadores cobraram a assinatura da ultratividade do acordo, para que todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria sigam válidos até a assinatura do novo acordo.
"Nós decidimos iniciar a mesa de negociação com este pedido, para seguirmos os próximos passos com serenidade, tendo essa garantia de que nossos direitos seguirão valendo, até a renovação do acordo", explicou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Números
Ao entrar no tema central da mesa, os trabalhadores apontaram que o setor bancário está na contramão de todos os demais setores do ramo financeiro, enxugando vagas e fechando agências.
Segundo dados da RAIS (base de dados estatísticos, organizados pelo Ministério do Trabalho e Previdência), entre 2012 e 2022, a categoria bancária saiu de 513 mil pessoas para 433 mil, redução de 16% (79,5 mil). No mesmo período, as demais categorias do ramo financeiro aumentaram em 72% os postos de trabalho, passando de 323 mil para 555 mil.
Enquanto isso, nos últimos cinco anos, os bancos fecharam mais de 3 mil agências, a maioria nas áreas com elevada necessidade social, ou seja, fora dos grandes centros, deixando as pequenas cidades desassistidas do serviço bancário.
"É muito preocupante essa sequência negativa no emprego bancário, principalmente se levarmos em conta que essas instituições seguem investindo num processo de precarização das condições do trabalho para os que permanecem, com sobrecarga, terceirização e uma gestão pelo assédio, com base em metas cada vez mais abusivas e inatingíveis, que impactam diretamente a saúde da categoria. Para manter sua lucratividade em ascensão, insistem na lógica perversa de aumentar resultados à custa das demissões e redução de postos de trabalho, muitas vezes destruindo a saúde de seus trabalhadores para depois descartá-los e comprometendo até mesmo as economias locais com o fecahmento de agências", destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
O Comando Nacional também revelou aos banqueiros que a Consulta Nacional deste ano apontou que para 68% dos trabalhadores dos bancos privados a principal preocupação é com a garantia do emprego.
A Fenaban alegou que as vagas de emprego dependem de crescimento econômico. O Comando, então, propôs a assinatura de uma carta conjunta para cobrarem juntos, do Banco Central, a redução da taxa básica de juros, a Selic, que está em um percentual que faz com que o Brasil tenha um dos maiores juros reais do mundo, comprometendo o desenvolvimento do setor produtivo e a criação de empregos. “Ao invés de colaborar com o crescimento do país, o BC está contribuindo com os que vivem de especulação financeira”, reforçou Juvandia.
Terceirização
Com base em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Comando apontou também que, em 2023, os bancos aumentaram em 22% a contratação de profissionais de TI, porém, no mesmo ano, houve o aumento de 89% de profissionais terceirizados nesta mesma área.
Os representantes dos trabalhadores destacaram o caso do Santander, que vem substituindo bancários por contratados PJ, com salários de R$ 1.500, além de uma remuneração variável. Esses mesmos funcionários têm acesso ao sistema do banco e atendem aos clientes, sendo que, em alguns lugares, há relatos de que chegam a realizar cinco visitas ao dia.
“É um processo que leva à redução dos direitos e da remuneração dos trabalhadores, numa tentativa dos bancos de reduzir a organização e a força de representação dos Sindicatos para poder aumentar ainda mais seus lucros”, destacou Vicentim.
Outras pautas da mesa
- Os trabalhadores cobraram ainda o retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, para garantia de direitos dos desligados;
- Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica;
- Indenização adicional em caso de demissão.
Manifestações nas redes sociais
Durante a reunião, bancários e bancárias de todo o país foram mobilizadas para uma manifestação nas redes sociais, com o uso da hashtag #JuntosPorEmprego. As atividades em rede resultaram em mais de 136 mil reações e alcançou o 1º lugar nos tópicos mais comentados da rede X (ex-Twitter), no Brasil, nesta quarta-feira.
"Toda essa mobilização é crucial neste momento. Para lutar pela resolução dos problemas que afligem a categoria e pela valorização do trabalho bancário, é preciso que cada trabalhadora, cada trabalhador também esteja antenado nas questões que são apresentadas pelo Sindicato e participe das atividades propostas. Com organização, união e participação de todos somos mais fortes! E podemos alcançar grandes objetivos desta maneira!", concluiu o presidente do Sindicato.
"Nós decidimos iniciar a mesa de negociação com este pedido, para seguirmos os próximos passos com serenidade, tendo essa garantia de que nossos direitos seguirão valendo, até a renovação do acordo", explicou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Números
Ao entrar no tema central da mesa, os trabalhadores apontaram que o setor bancário está na contramão de todos os demais setores do ramo financeiro, enxugando vagas e fechando agências.
Segundo dados da RAIS (base de dados estatísticos, organizados pelo Ministério do Trabalho e Previdência), entre 2012 e 2022, a categoria bancária saiu de 513 mil pessoas para 433 mil, redução de 16% (79,5 mil). No mesmo período, as demais categorias do ramo financeiro aumentaram em 72% os postos de trabalho, passando de 323 mil para 555 mil.
Enquanto isso, nos últimos cinco anos, os bancos fecharam mais de 3 mil agências, a maioria nas áreas com elevada necessidade social, ou seja, fora dos grandes centros, deixando as pequenas cidades desassistidas do serviço bancário.
"É muito preocupante essa sequência negativa no emprego bancário, principalmente se levarmos em conta que essas instituições seguem investindo num processo de precarização das condições do trabalho para os que permanecem, com sobrecarga, terceirização e uma gestão pelo assédio, com base em metas cada vez mais abusivas e inatingíveis, que impactam diretamente a saúde da categoria. Para manter sua lucratividade em ascensão, insistem na lógica perversa de aumentar resultados à custa das demissões e redução de postos de trabalho, muitas vezes destruindo a saúde de seus trabalhadores para depois descartá-los e comprometendo até mesmo as economias locais com o fecahmento de agências", destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
O Comando Nacional também revelou aos banqueiros que a Consulta Nacional deste ano apontou que para 68% dos trabalhadores dos bancos privados a principal preocupação é com a garantia do emprego.
A Fenaban alegou que as vagas de emprego dependem de crescimento econômico. O Comando, então, propôs a assinatura de uma carta conjunta para cobrarem juntos, do Banco Central, a redução da taxa básica de juros, a Selic, que está em um percentual que faz com que o Brasil tenha um dos maiores juros reais do mundo, comprometendo o desenvolvimento do setor produtivo e a criação de empregos. “Ao invés de colaborar com o crescimento do país, o BC está contribuindo com os que vivem de especulação financeira”, reforçou Juvandia.
Terceirização
Com base em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Comando apontou também que, em 2023, os bancos aumentaram em 22% a contratação de profissionais de TI, porém, no mesmo ano, houve o aumento de 89% de profissionais terceirizados nesta mesma área.
Os representantes dos trabalhadores destacaram o caso do Santander, que vem substituindo bancários por contratados PJ, com salários de R$ 1.500, além de uma remuneração variável. Esses mesmos funcionários têm acesso ao sistema do banco e atendem aos clientes, sendo que, em alguns lugares, há relatos de que chegam a realizar cinco visitas ao dia.
“É um processo que leva à redução dos direitos e da remuneração dos trabalhadores, numa tentativa dos bancos de reduzir a organização e a força de representação dos Sindicatos para poder aumentar ainda mais seus lucros”, destacou Vicentim.
Outras pautas da mesa
- Os trabalhadores cobraram ainda o retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, para garantia de direitos dos desligados;
- Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica;
- Indenização adicional em caso de demissão.
Manifestações nas redes sociais
Durante a reunião, bancários e bancárias de todo o país foram mobilizadas para uma manifestação nas redes sociais, com o uso da hashtag #JuntosPorEmprego. As atividades em rede resultaram em mais de 136 mil reações e alcançou o 1º lugar nos tópicos mais comentados da rede X (ex-Twitter), no Brasil, nesta quarta-feira.
"Toda essa mobilização é crucial neste momento. Para lutar pela resolução dos problemas que afligem a categoria e pela valorização do trabalho bancário, é preciso que cada trabalhadora, cada trabalhador também esteja antenado nas questões que são apresentadas pelo Sindicato e participe das atividades propostas. Com organização, união e participação de todos somos mais fortes! E podemos alcançar grandes objetivos desta maneira!", concluiu o presidente do Sindicato.
Calendário das próximas reuniões
Julho
- 2/07 – Cláusulas sociais
- 11/07 – Igualdade de oportunidades
- 18 e 26/07 – Saúde e condições de trabalho: incluindo discussões sobre pessoas com deficiência (PCDs), neurodivergentes e combate aos programas de metas abusivas
Agosto
- 6 e 13/08 – Cláusulas econômicas
- 20/08 – Em definição
- 27/08 – Em definição
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