28/02/2024
Lucro da Caixa foi de R$ 11,7 bilhões em 2023
A Caixa Econômica Federal obteve líquido contábil de R$ 11,733 bilhões em 2023, alta de 20% na comparação com o obtido em 2022, segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) elaborada com base nos relatórios do balanço do período divulgados na noite de terça-feira (27).
A margem financeira do banco no ano chegou aos R$ 60,8 bilhões, crescimento de 19,5% em 12 meses, influenciado, principalmente, pelo aumento de 20,8% nas receitas com operações de crédito. Também contribuiu positivamente para o resultado alguns eventos não recorrentes, que gerou a recuperação de valores pela Caixa, o que explica a diferença do resultado do lucro líquido recorrente (aquele que considera apenas as operações típicas do banco), que foi de R$ 10,626 bilhões.
Mesmo com o aumento de 19,7% nas despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) e de 7,6% nas despesas administrativas, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 9,35%, 1 ponto percentual (p.p.) maior em 12 meses.
“A partir desta análise do Dieese, vemos que, com o trabalho monumental das empregadas e empregados, que estão a cada dia mais sobrecarregados, a Caixa viu seus resultados melhorarem. E isso precisa ser reconhecido e valorizado pela direção do banco”, disse o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.
O aumento da sobrecarga é constatado com a análise dos dados sobre o incremento de 1,9 milhão de clientes Caixa, sem que houvesse aumento de pessoal para atender estes novos clientes. No período, houve aumento de apenas três empregados no quadro de pessoal, que passou de 86.959 no final de 2022 para 86.962 no final de 2023.
“A Caixa até contratou novos empregados, mas também houve desligamentos. O que deixou o quadro de pessoal estagnado, aumentando a sobrecarga de trabalho, gerado pelo aumento de clientes”, observou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil. “E é esta mesma preocupação que temos quando a Caixa anuncia a realização de um concurso público para contratar apenas 4.000 novos empregados, ao mesmo tempo que promoverá um PDV (Programa de Demissão Voluntária)” completou a dirigente. “Para suprir a falta de pessoal, 4.000 novos contratados já seria pouco. Com o PDV, se tornará irrisório. E isso pode ser visto com esta análise do balanço”, continuou.
Crédito pra quem precisa
Em 2023, a Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 10,6% em relação a 2022, totalizando R$ 1,1 trilhão. As operações de crédito imobiliário chegaram a R$ 733,3 bilhões, aumento de 14,6% ao longo do ano, o que levou a Caixa a 67,3% de participação neste segmento de mercado. As operações de saneamento e infraestrutura tiveram expansão de 1,2% em doze meses, totalizando R$ 98,4 bilhões. Já o crédito para o agronegócio cresceu 27,3% e encerrou o ano com saldo de R$ 56,2 bilhões.
A ex-coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, também destaca o papel fundamental que a Caixa realiza com a oferta de crédito para a população brasileira. “A Caixa concede crédito para quem precisa e, como banco público, contribui para o desenvolvimento do país e para a melhora da vida da população brasileira”, disse Fabiana. “É nosso papel, como empregado da Caixa, como dirigente sindical e como cidadão brasileiro, defender a Caixa pública, com seu perfil social de auxílio à população brasileira, que desempenha seu papel de maneira eficiente e eficaz, com a obtenção de lucro, mas sem fazer com que isso seja o objetivo principal. O que deve ser prioridade são os brasileiros, a garantia das condições de trabalho para os empregados e o crescimento do nosso país”, concluiu Fabiana.
> Veja ao final do texto a tabela com o resumo dos dados do balanço da Caixa, ou, se preferir, clique aqui e leia a íntegra na análise, ambos elaborados pelo Dieese.
PLR maior
Com a divulgação do balanço com um resultado 20% maior do que o do ano passado, a expectativa dos empregados é a de que a segunda parcela seja maior do que a paga em setembro. Ainda mais que a gestão anterior do banco aplicou um redutor para diminuir os valores que foram pagos aos empregados na primeira parcela.
“Os valores de PLR que receberemos podem ser maiores, já que agora será pago o valor total devido, calculado de acordo com o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e descontando o valor da antecipação paga em setembro de 2023. Como o cálculo da parcela da Regra Básica de setembro considerou apenas 26% da Remuneração Base e não de 45%, esta diferença deve ser paga agora. De acordo com o lucro, também pode ser paga a parcela complementar, que garante até uma Remuneração Base por empregado”, explicou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
A Caixa ainda não anunciou a data de pagamento da PLR. Pelo ACT, o banco tem até o último dia 31 de março para pagar. Em virtude do feriado prolongado da Páscoa, o último dia útil de março é quinta-feira (28).
Mas, em mesa de negociações com o banco, ocorrida no dia 6 de fevereiro, a então coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, solicitou a antecipação do pagamento.
“Os resultados obtidos pelo banco são frutos do empenho e eficiência dos empregados da Caixa que, apesar das condições adversas que enfrentam nos locais de trabalho, dedicam-se diariamente à construção de uma Caixa melhor e para todos. É importante que o desempenho dos colegas seja reconhecido e que o banco atenda ao pedido dos trabalhadores e das entidades representativas pela antecipação, uma solicitação bastante justa. Este reconhecimento precisa vir também com avanços nos debates e nas propostas para solucionar diversas demandas já apresentadas”, ressaltou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Nesta quarta-feira (28), partir das 18h30, a Contraf-CUT realizará uma live para debater o balanço e falar sobre o pagamento da PLR.
> A transmissão ao vivo será realizada pelo Facebook e canal da Contraf-CUT no Youtube. Acompanhe e tire suas dúvidas!
PLR da Caixa
O cálculo da PLR da Caixa é formado pela Regra Básica da Fenaban (composta por 90% do salário, mais uma parcela fixa de R$ 3.194,80, limitada ao teto de R$ 17.138,56), somada à parcela adicional Fenaban (de 2,2% do lucro líquido distribuída linearmente entre os empregados) e pela regra da Caixa (PLR Social), que distribui linearmente mais 4% do lucro líquido. Caso os valores distribuídos referente aos 4% do lucro líquido não alcancem o valor correspondente a uma Remuneração Base (RB), é previsto o pagamento de uma parcela complementar, para garantir o pagamento mínimo de uma RB a cada empregado.
O ACT prevê que o valor total anual distribuído de PLR é limitado à 15% do lucro líquido que a Caixa teve no ano de 2023.
Pela regra, a título de adiantamento, em setembro, deveria ser pago até 50% do valor referente à Regra Básica da Fenaban (ou seja, 45% do salário + uma parcela fixa de R$ 1.597,40, limitada a um teto de R$ 8.569,28), somada à parcela adicional de 2,2% e à PLR Social de 4% do lucro líquido semestral, distribuídos linearmente entre os empregados.
A Caixa, porém, optou por uma “postura conservadora” e não pagou o valor correspondente aos 45% do salário no adiantamento, reduzindo este percentual a 26%, assim como ocorreu em 2021, além de não pagar o valor referente à parcela de garantia de metade de uma Remuneração Base (RB).
A margem financeira do banco no ano chegou aos R$ 60,8 bilhões, crescimento de 19,5% em 12 meses, influenciado, principalmente, pelo aumento de 20,8% nas receitas com operações de crédito. Também contribuiu positivamente para o resultado alguns eventos não recorrentes, que gerou a recuperação de valores pela Caixa, o que explica a diferença do resultado do lucro líquido recorrente (aquele que considera apenas as operações típicas do banco), que foi de R$ 10,626 bilhões.
Mesmo com o aumento de 19,7% nas despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) e de 7,6% nas despesas administrativas, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 9,35%, 1 ponto percentual (p.p.) maior em 12 meses.
“A partir desta análise do Dieese, vemos que, com o trabalho monumental das empregadas e empregados, que estão a cada dia mais sobrecarregados, a Caixa viu seus resultados melhorarem. E isso precisa ser reconhecido e valorizado pela direção do banco”, disse o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.
O aumento da sobrecarga é constatado com a análise dos dados sobre o incremento de 1,9 milhão de clientes Caixa, sem que houvesse aumento de pessoal para atender estes novos clientes. No período, houve aumento de apenas três empregados no quadro de pessoal, que passou de 86.959 no final de 2022 para 86.962 no final de 2023.
“A Caixa até contratou novos empregados, mas também houve desligamentos. O que deixou o quadro de pessoal estagnado, aumentando a sobrecarga de trabalho, gerado pelo aumento de clientes”, observou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil. “E é esta mesma preocupação que temos quando a Caixa anuncia a realização de um concurso público para contratar apenas 4.000 novos empregados, ao mesmo tempo que promoverá um PDV (Programa de Demissão Voluntária)” completou a dirigente. “Para suprir a falta de pessoal, 4.000 novos contratados já seria pouco. Com o PDV, se tornará irrisório. E isso pode ser visto com esta análise do balanço”, continuou.
Crédito pra quem precisa
Em 2023, a Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 10,6% em relação a 2022, totalizando R$ 1,1 trilhão. As operações de crédito imobiliário chegaram a R$ 733,3 bilhões, aumento de 14,6% ao longo do ano, o que levou a Caixa a 67,3% de participação neste segmento de mercado. As operações de saneamento e infraestrutura tiveram expansão de 1,2% em doze meses, totalizando R$ 98,4 bilhões. Já o crédito para o agronegócio cresceu 27,3% e encerrou o ano com saldo de R$ 56,2 bilhões.
A ex-coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, também destaca o papel fundamental que a Caixa realiza com a oferta de crédito para a população brasileira. “A Caixa concede crédito para quem precisa e, como banco público, contribui para o desenvolvimento do país e para a melhora da vida da população brasileira”, disse Fabiana. “É nosso papel, como empregado da Caixa, como dirigente sindical e como cidadão brasileiro, defender a Caixa pública, com seu perfil social de auxílio à população brasileira, que desempenha seu papel de maneira eficiente e eficaz, com a obtenção de lucro, mas sem fazer com que isso seja o objetivo principal. O que deve ser prioridade são os brasileiros, a garantia das condições de trabalho para os empregados e o crescimento do nosso país”, concluiu Fabiana.
> Veja ao final do texto a tabela com o resumo dos dados do balanço da Caixa, ou, se preferir, clique aqui e leia a íntegra na análise, ambos elaborados pelo Dieese.
PLR maior
Com a divulgação do balanço com um resultado 20% maior do que o do ano passado, a expectativa dos empregados é a de que a segunda parcela seja maior do que a paga em setembro. Ainda mais que a gestão anterior do banco aplicou um redutor para diminuir os valores que foram pagos aos empregados na primeira parcela.
“Os valores de PLR que receberemos podem ser maiores, já que agora será pago o valor total devido, calculado de acordo com o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e descontando o valor da antecipação paga em setembro de 2023. Como o cálculo da parcela da Regra Básica de setembro considerou apenas 26% da Remuneração Base e não de 45%, esta diferença deve ser paga agora. De acordo com o lucro, também pode ser paga a parcela complementar, que garante até uma Remuneração Base por empregado”, explicou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
A Caixa ainda não anunciou a data de pagamento da PLR. Pelo ACT, o banco tem até o último dia 31 de março para pagar. Em virtude do feriado prolongado da Páscoa, o último dia útil de março é quinta-feira (28).
Mas, em mesa de negociações com o banco, ocorrida no dia 6 de fevereiro, a então coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, solicitou a antecipação do pagamento.
“Os resultados obtidos pelo banco são frutos do empenho e eficiência dos empregados da Caixa que, apesar das condições adversas que enfrentam nos locais de trabalho, dedicam-se diariamente à construção de uma Caixa melhor e para todos. É importante que o desempenho dos colegas seja reconhecido e que o banco atenda ao pedido dos trabalhadores e das entidades representativas pela antecipação, uma solicitação bastante justa. Este reconhecimento precisa vir também com avanços nos debates e nas propostas para solucionar diversas demandas já apresentadas”, ressaltou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Nesta quarta-feira (28), partir das 18h30, a Contraf-CUT realizará uma live para debater o balanço e falar sobre o pagamento da PLR.
> A transmissão ao vivo será realizada pelo Facebook e canal da Contraf-CUT no Youtube. Acompanhe e tire suas dúvidas!
PLR da Caixa
O cálculo da PLR da Caixa é formado pela Regra Básica da Fenaban (composta por 90% do salário, mais uma parcela fixa de R$ 3.194,80, limitada ao teto de R$ 17.138,56), somada à parcela adicional Fenaban (de 2,2% do lucro líquido distribuída linearmente entre os empregados) e pela regra da Caixa (PLR Social), que distribui linearmente mais 4% do lucro líquido. Caso os valores distribuídos referente aos 4% do lucro líquido não alcancem o valor correspondente a uma Remuneração Base (RB), é previsto o pagamento de uma parcela complementar, para garantir o pagamento mínimo de uma RB a cada empregado.
O ACT prevê que o valor total anual distribuído de PLR é limitado à 15% do lucro líquido que a Caixa teve no ano de 2023.
Pela regra, a título de adiantamento, em setembro, deveria ser pago até 50% do valor referente à Regra Básica da Fenaban (ou seja, 45% do salário + uma parcela fixa de R$ 1.597,40, limitada a um teto de R$ 8.569,28), somada à parcela adicional de 2,2% e à PLR Social de 4% do lucro líquido semestral, distribuídos linearmente entre os empregados.
A Caixa, porém, optou por uma “postura conservadora” e não pagou o valor correspondente aos 45% do salário no adiantamento, reduzindo este percentual a 26%, assim como ocorreu em 2021, além de não pagar o valor referente à parcela de garantia de metade de uma Remuneração Base (RB).
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