30/08/2023
Itaú vai terceirizar a Central de Gerentes. Movimento sindical cobra realocação dos afetados
O Itaú avança cada vez mais na terceirização de departamentos, precarizando as relações de trabalho em nome da maximização dos seus lucros. Desta vez, representantes dos trabalhadores foram informados de que a Central de Gerentes, localizada no CTO, concentração bancária do Itaú em São Paulo, será terceirizada.
O movimento sindical, que é totalmente contrário a terceirização, cobra do banco a realocação de todos os afetados, aproximadamente 200 trabalhadores.
O banco lucrou, somente no primeiro semestre deste ano, R$ 17,2 bilhões; alta de 14,2% em relação ao mesmo período de 2022. Ao invés de valorizar o trabalhador bancário, que constrói este resultado diariamente, terceiriza para retirar direitos, achatar a remuneração e maximizar lucros. Apenas com a receita da prestação de serviços e tarifas bancárias cobradas dos clientes, receita secundária, o Itaú cobre em 170% toda a sua despesa com pessoal, incluindo a PLR.
A direção do banco, questionada em reunião sobre qual é o projeto pretendido - uma vez que várias áreas estão sendo terceirizadas e os bancários substituídos -, alegou que está mantendo os números de vagas e fazendo contratações, inclusive na rede de agências. Porém, infelizmente não é o que se constata no dia a dia, nos locais de trabalho. O que se vê é um ambiente adoecedor, com falta de funcionários e sobrecarga de trabalho.
O movimento sindical cobra também a ampliação do prazo para realocação, já que dois meses é pouco. Por sua vez, o Itaú informou que caso existam problemas na realocação, voltará a se reunir com os representantes dos trabalhadores para debater novamente o tema.
Terceirização é sinônimo de precarização
A possibilidade de terceirização de todas as atividades de uma empresa, inclusive da atividade-fim, é um dos prejuízos impostos pela reforma trabalhista, que entrou em vigor no final de 2017.
De acordo com estudo da CUT, em parceria com o Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).
Além disso, a terceirização também é uma forma dos bancos desmobilizarem a categoria bancária, uma vez que o trabalhador terceirizado deixa de ser bancário e não usufrui da Convenção Coletiva dos Bancários e de nenhum direito por ela previsto.
"Como expoente do setor que mais lucra no país, e operando por meio de uma concessão pública, o Itaú tem o dever de exercer a responsabilidade social que tanto destaca nas suas propagandas. Nada justifica continuar eliminando postos de trabalho, implementar uma rotatividade tão alta e desrespeitar tanto seus funcionários através do processo de terceirização, que reduz direitos, precariza a remuneração e visa acabar com a representação sindical. Defendemos a manutenção dos empregos e realocação desses trabalhadores para as agências e departamentos do banco. Os que permanecem também ficarão sobrecarregados, com risco de adoecimento, pois os processos de terceirização potencializam a pressão e o medo da dispensa, que já fazem parte do cotidiano da categoria", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.
O movimento sindical, que é totalmente contrário a terceirização, cobra do banco a realocação de todos os afetados, aproximadamente 200 trabalhadores.
O banco lucrou, somente no primeiro semestre deste ano, R$ 17,2 bilhões; alta de 14,2% em relação ao mesmo período de 2022. Ao invés de valorizar o trabalhador bancário, que constrói este resultado diariamente, terceiriza para retirar direitos, achatar a remuneração e maximizar lucros. Apenas com a receita da prestação de serviços e tarifas bancárias cobradas dos clientes, receita secundária, o Itaú cobre em 170% toda a sua despesa com pessoal, incluindo a PLR.
A direção do banco, questionada em reunião sobre qual é o projeto pretendido - uma vez que várias áreas estão sendo terceirizadas e os bancários substituídos -, alegou que está mantendo os números de vagas e fazendo contratações, inclusive na rede de agências. Porém, infelizmente não é o que se constata no dia a dia, nos locais de trabalho. O que se vê é um ambiente adoecedor, com falta de funcionários e sobrecarga de trabalho.
O movimento sindical cobra também a ampliação do prazo para realocação, já que dois meses é pouco. Por sua vez, o Itaú informou que caso existam problemas na realocação, voltará a se reunir com os representantes dos trabalhadores para debater novamente o tema.
Terceirização é sinônimo de precarização
A possibilidade de terceirização de todas as atividades de uma empresa, inclusive da atividade-fim, é um dos prejuízos impostos pela reforma trabalhista, que entrou em vigor no final de 2017.
De acordo com estudo da CUT, em parceria com o Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).
Além disso, a terceirização também é uma forma dos bancos desmobilizarem a categoria bancária, uma vez que o trabalhador terceirizado deixa de ser bancário e não usufrui da Convenção Coletiva dos Bancários e de nenhum direito por ela previsto.
"Como expoente do setor que mais lucra no país, e operando por meio de uma concessão pública, o Itaú tem o dever de exercer a responsabilidade social que tanto destaca nas suas propagandas. Nada justifica continuar eliminando postos de trabalho, implementar uma rotatividade tão alta e desrespeitar tanto seus funcionários através do processo de terceirização, que reduz direitos, precariza a remuneração e visa acabar com a representação sindical. Defendemos a manutenção dos empregos e realocação desses trabalhadores para as agências e departamentos do banco. Os que permanecem também ficarão sobrecarregados, com risco de adoecimento, pois os processos de terceirização potencializam a pressão e o medo da dispensa, que já fazem parte do cotidiano da categoria", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.
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