13/04/2023

Caixa: Acusações contra ex-presidente continuam sem desfecho

Um ano após as denúncias de assédio moral e sexual contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o caso, que tem desdobramentos nas esferas trabalhista e criminal, ainda não tem um desfecho.

“A Caixa fez um acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho) para reduzir a indenização que a ela foi imputada. Mas, defendemos que os prejuízos sejam cobrados de quem cometeu a infração. Pois, se o banco tiver que pagar, quem acaba arcando com o ônus é a própria sociedade”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, ao defender que os valores sejam cobrados de Pedro Guimarães, caso as denúncias sejam comprovadas.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, destaca a importância de que seja feita a justiça no caso de assédio sexual. "Os casos gravíssimos e intoleráveis de violação de direitos humanos na Caixa Econômica Federal não podem ficar impunes. A expectativa de todos os empregados é de que os culpados sejam devidamente punidos. É fundamental que haja esse rigor para assegurar o respeito e dignidade na Caixa, no sistema financeiro e em qualquer local de trabalho", ressalta Tony.

Responsabilidade da Caixa

Para a coordenadora da CEE, a responsabilidade da Caixa deve ser administrativa. “O banco precisa garantir que as denúncias das empregadas e empregados sejam ouvidas e as investigações não sejam engavetadas. Também deve garantir o sigilo e evitar que haja retaliações contra os denunciantes. As pessoas que sofrem com o assédio não podem sofrer novamente com as perseguições”, disse.

De acordo com reportagem veiculada no jornal Folha de S. Paulo, em acordo com o MPT, a Caixa se comprometeu a:
  • Receber e encaminhar as denúncias dos funcionários em até 30 dias;
  • Concluir as investigações internas em até seis meses;
  • Facilitar o recebimento de denúncias.
Outros processos

A Caixa ainda enfrenta outros processos decorrentes da gestão pelo medo implementada quando era comandada por Pedro Guimarães. No mês passado, o banco foi condenado a pagar R$ 3,5 milhões pelo episódio de 2021 em que o ex-presidente coagiu funcionários a fazerem flexões.

Nova gestão

Para o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, na nova gestão houve uma grande mudança de rumo com relação ao assédio moral. A percepção é que, agora, existe um ambiente de trabalho mais saudável, mas que também cobra a participação dos empregados na formulação e acompanhamento de medidas de combate ao assédio.

“Precisa haver a participação e acompanhamento pelos empregados e por suas entidades de representação na formulação e implementação das medidas e programas de combate ao assédio moral e sexual no banco”, completou.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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