16/08/2022
Lucros dos bancos superam inflação em 359% em 25 anos
Os lucros dos maiores bancos do país acumulam em média, desde 1997, ganhos reais de 359% em relação à inflação acumulada. Isso significa que o ganho médio das instituições financeiras superou em mais de quatro vezes e meia a inflação no período. Os bancários, por sua vez, também conseguiram chegar a acordos coletivos com reajustes acima da inflação nesse mesmo o período. Mas o ganho real dos salários ficou em 126% – um terço do ganho real dos lucros dos bancos.
Os números foram citados pela coordenadora do Comando Nacional da categoria e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, em entrevista à TVT.
Os resultados tornam o aumento real dos salários e a melhora na fórmula de cálculo da participação nos lucros ou resultados (PLR) prioridades da campanha nacional unificado dos bancários deste ano. Porém, após 10 rodadas de negociação, completadas na segunda-feira (15), ainda não há propostas apresentadas pelo setor patronal.
“Além do aumento real e PLR maior, consideramos também fundamental um aumento maior para os vales alimentação e refeição. São itens que compõem a renda e muito afetados pela inflação elevada dos alimentos”, afirmou Ivone Silva.
“Num cenário de crise econômica, os bancos seguem com lucros cada vez mais altos. Vamos para a mesa com a certeza de que o setor tem plenas condições de acatar às nossas reivindicações e não vamos aceitar retrocessos. Por isso, queremos propostas decentes e com celeridade da parte deles, com a manutenção de todos os nossos direitos, que incluem aumento real e a valorização do VA e VR para garantir a comida na mesa do trabalhador, condições dignas de trabalho, fim do assédio e medidas efetivas que prezem pela nossa saúde física e mental. Desde a campanha de 2018, a primeira após a reforma trabalhista, corremos contra o tempo pressionados pelo fim da ultratividade. Por isso, todos temos de estar ainda mais mobilizados e atentos. Vamos, juntos, mostrar aos bancos a força dos bancários. #BoraGanharEsseJogo!", conclama o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
A entrevista de Ivone Silva foi gravada na última sexta-feira, antes, portanto da negociação de ontem, que também não trouxe propostas concretas. A próxima rodada está prevista para quinta-feira (18) e os bancários já têm manifestações marcadas para a sexta (19).
Segundo Ivone, uma das reivindicações do Comando Nacional junto à federação dos bancos (Fenaban) é regulamentar o teletrabalho (home office).
“A proposta dos bancos para o teletrabalho, apresentada na sexta (12), ainda é insuficiente. Ter uma cláusula sobre o home office no nosso acordo é sem dúvida um avanço, mas a proposta da Fenaban ainda não contempla pontos que consideramos fundamentais para esse acordo. Por exemplo, controle da jornada, ajuda de custo para trabalhadores em home office e acesso dos sindicatos a esses bancários. Desse modo, só vamos avançar quando tivermos regras explícitas para esses pontos”, disse.
Outro tema tratado, desta vez na segunda-feira (15), foi saúde e condições de trabalho, assuntos em que os bancos, de acordo com os representantes dos bancários, resistem em admitir uma realidade dramática. A representação da Fenaban nega que o alto índice de adoecimento na categoria esteja relacionado às políticas abusivas de pressão por cumprimento de metas.
Metas x saúde
De acordo com o Comando Nacional, nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto na média das demais categorias a variação foi de 15,4%. Segundo consultas feitas pelos sindicatos antes das negociações, bancários relatam alta incidência de cansaço, fadiga e preocupação constante.
Além disso, apontam desmotivação e medo de “estourar”, sintomas de distúrbios e lesões. Crises de pânico, insônia e consumo de medicamentos de uso controlado também estão entre os problemas graves citados pelos bancários na consulta.
“Até o levantamento apresentado pelos bancos constata maior adoecimento mental e físico dos bancários na comparação com outras categorias. Precisamos acabar com os geradores do adoecimento que, sabemos, estão ligados ao assédio moral e à cobrança abusiva de cumprimento de metas inatingíveis”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. “Mas os bancos insistem que o adoecimento não tem origem na cobrança abusiva de metas”, diz.
O Comando Nacional trata também como uma das prioridades da campanha nacional da categoria o combate ao assédio moral e ao assédio sexual no trabalho. Os assuntos sempre são pauta nas campanhas salariais. Mas ganharam mais repercussão depois das denúncias envolvendo o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, com envolvimento de parte da diretoria da instituição. Os bancários querem a criação de canais efetivos e seguros de denúncias, de punições e de formas de prevenção a essas práticas.
Os números foram citados pela coordenadora do Comando Nacional da categoria e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, em entrevista à TVT.
Os resultados tornam o aumento real dos salários e a melhora na fórmula de cálculo da participação nos lucros ou resultados (PLR) prioridades da campanha nacional unificado dos bancários deste ano. Porém, após 10 rodadas de negociação, completadas na segunda-feira (15), ainda não há propostas apresentadas pelo setor patronal.
“Além do aumento real e PLR maior, consideramos também fundamental um aumento maior para os vales alimentação e refeição. São itens que compõem a renda e muito afetados pela inflação elevada dos alimentos”, afirmou Ivone Silva.
“Num cenário de crise econômica, os bancos seguem com lucros cada vez mais altos. Vamos para a mesa com a certeza de que o setor tem plenas condições de acatar às nossas reivindicações e não vamos aceitar retrocessos. Por isso, queremos propostas decentes e com celeridade da parte deles, com a manutenção de todos os nossos direitos, que incluem aumento real e a valorização do VA e VR para garantir a comida na mesa do trabalhador, condições dignas de trabalho, fim do assédio e medidas efetivas que prezem pela nossa saúde física e mental. Desde a campanha de 2018, a primeira após a reforma trabalhista, corremos contra o tempo pressionados pelo fim da ultratividade. Por isso, todos temos de estar ainda mais mobilizados e atentos. Vamos, juntos, mostrar aos bancos a força dos bancários. #BoraGanharEsseJogo!", conclama o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
A entrevista de Ivone Silva foi gravada na última sexta-feira, antes, portanto da negociação de ontem, que também não trouxe propostas concretas. A próxima rodada está prevista para quinta-feira (18) e os bancários já têm manifestações marcadas para a sexta (19).
Segundo Ivone, uma das reivindicações do Comando Nacional junto à federação dos bancos (Fenaban) é regulamentar o teletrabalho (home office).
“A proposta dos bancos para o teletrabalho, apresentada na sexta (12), ainda é insuficiente. Ter uma cláusula sobre o home office no nosso acordo é sem dúvida um avanço, mas a proposta da Fenaban ainda não contempla pontos que consideramos fundamentais para esse acordo. Por exemplo, controle da jornada, ajuda de custo para trabalhadores em home office e acesso dos sindicatos a esses bancários. Desse modo, só vamos avançar quando tivermos regras explícitas para esses pontos”, disse.
Outro tema tratado, desta vez na segunda-feira (15), foi saúde e condições de trabalho, assuntos em que os bancos, de acordo com os representantes dos bancários, resistem em admitir uma realidade dramática. A representação da Fenaban nega que o alto índice de adoecimento na categoria esteja relacionado às políticas abusivas de pressão por cumprimento de metas.
Metas x saúde
De acordo com o Comando Nacional, nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto na média das demais categorias a variação foi de 15,4%. Segundo consultas feitas pelos sindicatos antes das negociações, bancários relatam alta incidência de cansaço, fadiga e preocupação constante.
Além disso, apontam desmotivação e medo de “estourar”, sintomas de distúrbios e lesões. Crises de pânico, insônia e consumo de medicamentos de uso controlado também estão entre os problemas graves citados pelos bancários na consulta.
“Até o levantamento apresentado pelos bancos constata maior adoecimento mental e físico dos bancários na comparação com outras categorias. Precisamos acabar com os geradores do adoecimento que, sabemos, estão ligados ao assédio moral e à cobrança abusiva de cumprimento de metas inatingíveis”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. “Mas os bancos insistem que o adoecimento não tem origem na cobrança abusiva de metas”, diz.
O Comando Nacional trata também como uma das prioridades da campanha nacional da categoria o combate ao assédio moral e ao assédio sexual no trabalho. Os assuntos sempre são pauta nas campanhas salariais. Mas ganharam mais repercussão depois das denúncias envolvendo o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, com envolvimento de parte da diretoria da instituição. Os bancários querem a criação de canais efetivos e seguros de denúncias, de punições e de formas de prevenção a essas práticas.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Com início do recesso no Congresso, movimento sindical bancário projeta para 2026 atuação nas pautas de interesse dos trabalhadores
- Super Caixa: Ainda dá tempo de assinar o abaixo-assinado da campanha Vendeu/Recebeu
- Justiça indefere pedido do Santander contra decisão da Previc sobre retirada de patrocínio
- Sindicato realiza entrega de doações arrecadadas para a Campanha Natal Solidário, em parceria com o projeto Semear
- CEE cobra mudanças no Super Caixa
- Saiba como será o expediente dos bancos no Natal e no Ano Novo
- O caminho do dinheiro: entenda quem se beneficia com o não pagamento das comissões pela venda de produtos na Caixa
- Aposentados bancários e de diversas categorias da CUT participaram da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, em Brasília
- Saiba o que é preciso para a redução de jornada sem redução salarial passar a valer
- COE Santander cobra transparência sobre a reorganização do varejo e respeito à representação sindical
- Salário mínimo terá quarto aumento real seguido após superar fase 'menor abandonado'
- Caixa: Empregados apresentam reivindicações para Fabi Uehara
- Coletivo Nacional de Formação faz balanço do ano e propõe agenda para 2026
- Sindicato apoia a Chapa 2 – Movimento pela Saúde na eleição do Conselho de Usuários do Saúde Caixa
- Tentativa de silenciamento ao padre Júlio Lancelotti gera indignação e solidariedade