10/02/2021

BB adota postura autoritária em audiência no MPT; Comando cobra respeito às negociações



Ao fim das negociações sobre o plano de reestruturação que prevê a demissão de 5 mil funcionários e o fechamento de 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios, o Banco do Brasil não atendeu as reivindicações dos trabalhadores e nem aceitou retirar as condições para apresentar uma proposta.

Na primeira parte da reunião, o banco havia apresentado uma proposta de prorrogação de 30 dias no processo de retirada da gratificação dos caixas, mas condicionou a proposta à assinatura por todas as entidades do acordo de compensação de horas em decorrência da pandemia e do Acordo de Comissão de Conciliação Prévia (CCP), ambos já em negociação com a Contraf-CUT. O banco também exigia a retirada de ações judiciais em andamento contra o banco. A Contraf-CUT recusou a proposta e, depois disso, houve um intervalo nas negociações.

Na segunda parte da reunião de negociações desta terça, o banco retirou até a proposta que havia feito antes e não deu prazo para que as entidades consultassem os funcionários sobre a proposta apresentada pela manhã.

Busca da mediação

“Buscamos a mediação do MPT (Ministério Público do Trabalho) em virtude da não resposta do banco ao nosso ofício que solicitava as negociações, mas, mesmo com a medição, as negociações foram infrutíferas”, explicou secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Gustavo Tabatinga, ao lembrar que, desde quarta-feira (3), estão ocorrendo reuniões de negociações entre os trabalhadores e o banco com a intermediação do MPT.

Ao fim da reunião, Tabatinga disse que a Contraf-CUT orienta que os sindicatos intensifiquem as atividades a partir desta quarta-feira (10), que é quando o banco pretende dar início ao seu plano de reestruturação, retirando todas as funções de caixa. Ele lembrou, ainda, que os funcionários do BB aprovaram na última sexta-feira (5) o Estado de Greve, em assembleias realizadas por sindicatos de todo o país. “Temos que arrancar negociação, os caixas não podem ficar sem sua gratificação, principalmente nesse período de pandemia”, completou.

Comando solicita negociação

Apesar de orientar a intensificação das manifestações, os trabalhadores querem continuar as negociações. Ao fim da mediação o Comando Nacional dos Bancários solicitou uma reunião para continuar as tratativas.

“Mostramos que estamos dispostos a negociar. Acreditamos na via negocial e queremos continuar as tratativas”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Queremos manter as gratificações dos caixas e evitar que os trabalhadores sejam, mais uma vez, prejudicados”, completou.

Manifestações

Os trabalhadores já comunicaram ao banco que, nesta quarta-feira (10) ocorrerão manifestações nas agências do Banco do Brasil em todo o país e que foi decretado o Estado de Greve em assembleias realizadas em todo o país.

"O Sindicato tem promovido diversas atividades para denunciar à sociedade os prejuízos das medidas pretendidas pelo banco com esse plano de reestruturação, que afetará não somente o acesso aos serviços bancários ao deixar diversos municípios no país sem agências e reduzir consideravelmente o número de trabalhadores com as demissões, mas também ao sobrecarregar aqueles que permanecerão e extinguir funções, com perdas salariais. Temos buscado negociar, para impedir os cortes de direitos previstos nessa reestruturação que está sendo imposta de forma arbitrária pela direção do BB, sem qualquer margem para negociar com o movimento sindical, mas o banco insiste em manter uma postura autoritária. Para fazer frente a todos esses ataques precisamos de união, de uma mobilização ainda mais forte da categoria e de toda a população. Estamos buscando todas as medidas possíveis para minimizar os impactos desse desmonte na vida dos funcionários. Contamos com o apoio de todos para reverter esse cenário", ressaltou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Carlos Vicentim.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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