27/10/2020
“Me senti descartado como lixo”, desabafa trabalhador bancário demitido pelo Bradesco
“Fomos tratados como lixo (...), sem ética, sem pudor (...) Muitos anos de dedicação. Não me arrependo de nada que fiz, porque foi um eterno aprendizado e isso ninguém tira. Tenho muito a agradecer por tudo e por ter trabalhado numa organização que possibilitou isso. Mas no final deixou um remorso da forma que fomos tratados.”
O desabafo é de um dos quase 700 bancários do Bradesco demitidos na capital paulista nas últimas semanas, em um processo que desrespeitou o compromisso feito pelo próprio banco de não mandar embora no período da pandemia.
A demissão em massa em plena crise sanitária e social, que deixa como efeito colateral 14 milhões de desempregados, instaurou um clima de terror em centros administrativos do Bradesco e agências bancárias de todo o país.
“Estamos bem apreensivos, morrendo de medo. Todo dia, quando vamos trabalhar, não sabemos se vamos ser os próximos. A gente passa todo dia um abuso moral muito grande. Qualquer coisa eles falam que a gente vai ser demitido. O Bradesco está acabando com a saúde de todos os funcionários”, relata um bancário do Bradesco Financiamentos.
O desabafo é de um dos quase 700 bancários do Bradesco demitidos na capital paulista nas últimas semanas, em um processo que desrespeitou o compromisso feito pelo próprio banco de não mandar embora no período da pandemia.
A demissão em massa em plena crise sanitária e social, que deixa como efeito colateral 14 milhões de desempregados, instaurou um clima de terror em centros administrativos do Bradesco e agências bancárias de todo o país.
“Estamos bem apreensivos, morrendo de medo. Todo dia, quando vamos trabalhar, não sabemos se vamos ser os próximos. A gente passa todo dia um abuso moral muito grande. Qualquer coisa eles falam que a gente vai ser demitido. O Bradesco está acabando com a saúde de todos os funcionários”, relata um bancário do Bradesco Financiamentos.
“Desumano”
“No meu departamento todo mundo está muito nervoso. É um departamento muito grande, com extensões em outros estados, e o que a gente percebe é que está todo mundo assustado, com muito medo, e sem um direcionamento. Eu me sinto injustiçada, porque quando viemos para o home office, as metas aumentaram, foi cobrada produtividade para novas demandas, e todo mundo deu o seu melhor para que o banco continuasse lucrando, como vem lucrando. E agora que o banco continua lucrando, fazer demissão em massa é muito triste. É desumano até”, diz um bancário do Departamento de Recuperação de Crédito.
No primeiro semestre de 2020 – período que compreende a pandemia – o banco lucrou R$ 7,626 bilhões, crescimento de 3,2% na comparação com o trimestre anterior. Em 12 meses, foi registrada redução de 40% no lucro, mas isso foi devido ao reforço da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que é a despesa feita pelos bancos para cobrir possíveis calotes, que cresceu R$ 3,8 bilhões.
No primeiro semestre de 2020 – período que compreende a pandemia – o banco lucrou R$ 7,626 bilhões, crescimento de 3,2% na comparação com o trimestre anterior. Em 12 meses, foi registrada redução de 40% no lucro, mas isso foi devido ao reforço da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que é a despesa feita pelos bancos para cobrir possíveis calotes, que cresceu R$ 3,8 bilhões.
Decepção
Se a insegurança é o sentimento que predomina entre os trabalhadores que permanecem, a decepção e a indignação prevalecem entre os que já foram demitidos. Além das dispensas sem justificativa – já que o Bradesco rompeu compromisso de não demitir, e porque o banco segue apresentando lucro mesmo em meio à crise – os demitidos lamentam a forma como as dispensas foram feitas.
“Simplesmente não houve ligação ou aviso do departamento pessoal. Bloquearam meu acesso ao terminal e fui mandado embora por uma colega, falando que o banco estava enxugando o quadro. Me senti decartado como lixo. Não houve contato nenhum com a direção, nenhuma explicação”, relata um bancário que trabalhava em Alphaville.
“A gente foi desligado no dia 16. Eu recebi só um e-mail pedindo para eu levar a minha máquina. E eu tinha alguns documentos pessoais que eu guardava na máquina, comprovante de pagamento, e não deixaram nem eu pegar isso. Falaram que a diretoria proibiu pegar qualquer arquivo. Eu estou muito chateado com a galera do banco. Foram 18 anos, de vida no banco, sempre dando o sangue, quem me conhece sabe o quanto eu me dediquei para sair desse jeito”, protesta outro demitido.
“O banco não olhou pessoas, olhou números e tomou a atitude bem fria, sem nenhum tipo de pudor. Não sei quais os critérios que eles utilizaram, porque a gente estava sempre na ativa trabalhando, trazendo resultado. A gente não entende direito”, diz outra trabalhadora demitida.
Mas se por um lado o Bradesco está demitindo, por outro está anunciando vagas no Linkedin. Por que não aproveitou os bancários demitidos? O Bradesco foi considerado uma das melhores empresas para se trabalhar no país, segundo levantamento da Época Negócios. Como pode ser a melhor se está mandado para a rua bancários em plena pandemia?
Na base do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região também houve demissões. Já foram mais de 1.200 trabalhadores demitidos desde o final de setembro deste ano em todo o país.
“É inadmissível que um banco que lucrou mais de R$ 7 bilhões apenas no 2º semestre deste ano demita milhares de trabalhadores. É um verdadeiro desrespeito aos que vestiram a camisa do banco por anos e o ajudaram a atravessar todo o período da pandemia”, contesta o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
Sindicato está denunciando demissões
Desde que as demissões começaram a ocorrer, o Sindicato vem realizando protestos em agências e denunciando à população a atitude do banco de demitir em plena crise sanitária e social causada pela pandemia.
“A luta do Sindicato é pela manutenção do emprego e por condições dignas de trabalho à categoria. E essa é também uma luta que deve ser abraçada por toda a população, que utiliza os serviços bancários e sofre com as tarifas abusivas, ao passo que recebe um atendimento cada vez mais precarizado em decorrência da falta de funcionários. Sobrecarregados, os trabalhadores que permanecem nas agências estão adoencendo. Os bancos, movidos pela ganância, se esquecem que são estes trabalhadores, que acabam doentes ou no olho da rua, os principais responsáveis pelos seus lucros exorbitantes. Basta! Os trabalhadores merecem respeito!” reforçou Vicentim.
“Simplesmente não houve ligação ou aviso do departamento pessoal. Bloquearam meu acesso ao terminal e fui mandado embora por uma colega, falando que o banco estava enxugando o quadro. Me senti decartado como lixo. Não houve contato nenhum com a direção, nenhuma explicação”, relata um bancário que trabalhava em Alphaville.
“A gente foi desligado no dia 16. Eu recebi só um e-mail pedindo para eu levar a minha máquina. E eu tinha alguns documentos pessoais que eu guardava na máquina, comprovante de pagamento, e não deixaram nem eu pegar isso. Falaram que a diretoria proibiu pegar qualquer arquivo. Eu estou muito chateado com a galera do banco. Foram 18 anos, de vida no banco, sempre dando o sangue, quem me conhece sabe o quanto eu me dediquei para sair desse jeito”, protesta outro demitido.
“O banco não olhou pessoas, olhou números e tomou a atitude bem fria, sem nenhum tipo de pudor. Não sei quais os critérios que eles utilizaram, porque a gente estava sempre na ativa trabalhando, trazendo resultado. A gente não entende direito”, diz outra trabalhadora demitida.
Mas se por um lado o Bradesco está demitindo, por outro está anunciando vagas no Linkedin. Por que não aproveitou os bancários demitidos? O Bradesco foi considerado uma das melhores empresas para se trabalhar no país, segundo levantamento da Época Negócios. Como pode ser a melhor se está mandado para a rua bancários em plena pandemia?
Na base do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região também houve demissões. Já foram mais de 1.200 trabalhadores demitidos desde o final de setembro deste ano em todo o país.
“É inadmissível que um banco que lucrou mais de R$ 7 bilhões apenas no 2º semestre deste ano demita milhares de trabalhadores. É um verdadeiro desrespeito aos que vestiram a camisa do banco por anos e o ajudaram a atravessar todo o período da pandemia”, contesta o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
Sindicato está denunciando demissões
Desde que as demissões começaram a ocorrer, o Sindicato vem realizando protestos em agências e denunciando à população a atitude do banco de demitir em plena crise sanitária e social causada pela pandemia.
“A luta do Sindicato é pela manutenção do emprego e por condições dignas de trabalho à categoria. E essa é também uma luta que deve ser abraçada por toda a população, que utiliza os serviços bancários e sofre com as tarifas abusivas, ao passo que recebe um atendimento cada vez mais precarizado em decorrência da falta de funcionários. Sobrecarregados, os trabalhadores que permanecem nas agências estão adoencendo. Os bancos, movidos pela ganância, se esquecem que são estes trabalhadores, que acabam doentes ou no olho da rua, os principais responsáveis pelos seus lucros exorbitantes. Basta! Os trabalhadores merecem respeito!” reforçou Vicentim.
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> Você pode entrar em contato diretamente com um de nossos diretores através de seus contatos pessoais. Confira: Roberto Vicentim - (17) 99135-3215, Júlio Trigo - (17) 99191-6750, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony) - (17) 99141-0844, Sérgio L. De Castro Ribeiro (Chimbica) - (17) 99707-1017, Luiz Eduardo Campolungo - (17) 99136-7822 e Luiz César de Freitas (Alemão) - (11) 99145-5186
> Redes Sociais: nossos canais no Facebook e Instagram estão abertos, compartilhando informações do Sindicato e de interesse da sociedade sobre a pandemia.
> Quer receber notícias sobre o seu banco? Cadastre-se em nossa linha de transmissão no WhatsApp. Adicione o número (17) 99259-1987 nos seus contatos e envia uma mensagem informando seu nome, banco e cidade em que trabalha.
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