10/09/2020

Mesmo lucrando muito, Itaú volta a demitir em plena pandemia do novo coronavírus




Com a justificativa de baixa performance e reestruturação de área, o Itaú voltou a demitir trabalhadores em plena pandemia do coronavírus. Na capital paulista, segundo informações divulgadas pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, cerca de 10 funcionários da Mesa de Crédito e Varejo (Emp. 2 e 3) foram colocados à disposição para que encontrem vagas, através do POC (Plano de Oportunidades e Carreira) em trinta dias. Caso contrário serão desligados.

Na semana passada, a entidade informou ter recebido também denúncia de três demissões nas Agências Digitais sob a justificativa de comportamento.

Nesta quinta-feira (10), representantes dos trabalhadores voltaram a receber várias ligações de funcionários do CAT e do Prédio do Aço da Área de Financiamento de Veículos que foram demitidos. Como se não bastasse, os bancários da área de financiamento de veículos relataram que estão sendo demitidos via Teams, aplicativo de reunião virtual. 

O que torna as demissões ainda mais injustificáveis é que neste mesmo departamento estão faltando funcionários. Eles estão fazendo hora extra todos os dias para conseguirem suprir as demandas da Área.

“Nada justifica estas demissões no momento de instabilidade econômica pelo qual o país está passando, resultando em uma grande taxa de desemprego. Por outro lado, o Itaú segue lucrando muito e não precisa destes cortes”, disse a diretora do Seeb SP, Valeska Pincovai, em matéria divulgada no site da entidade.

O lucro do Itaú segue expressivo, mesmo em meio à crise causada pelo novo coronavírus. O banco obteve lucro líquido recorrente de R$ 8,117 bilhões no primeiro semestre de 2020, e alta de 7,5% no trimestre – o lucro do primeiro trimestre foi de R$ 3,9 bilhões, e o do segundo trimestre chegou a R$ 4,205 bilhões.

Enquanto está demitindo, o banco está contratando para Área de Tecnologia. Além disso, faltam funcionários em alguns departamentos e agências, o que está sobrecarregando os bancários que adoecem constantemente.

O presidente do banco, Cândido Bracher, divulgou, por meio de áudio, há alguns dias, que o home office não voltaria antes do final de janeiro, e a política de RH seria retomada, o que dá a entender que as demissões irão se intensificar.

O Movimento sindical cobrou respostas do banco para estas demissões e propôs a realocação dos trabalhadores.

Nesta quinta-feira (10), será realizada negociação entre e Comissão de Organização dos Empregados e representantes do banco, ocasião em que voltará a ser cobrada resposta do banco e comprometimento com o acordo de não demissão durante o período de duração da pandemia do novo coronavírus. 

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região orienta os trabalhadores lotados em sua base territorial a denunciarem imediatamente à entidade em caso demissão ou qualquer outro abuso. "É mto importante que os trabalhadores nos mantenham informados para que possamos tomar todas as medidas em prol da preservação dos empregos, de melhores condições de trabalho e dos direitos da categoria. O Sindicato está na luta com você!", ressalta o presidente Roberto Carlos Vicentim.

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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