31/07/2020
“A Caixa vai nos matar!”: empregados descrevem abusos enfrentados nas agências
Uma mensagem de whatsapp de um gerente da Caixa Econômica Federal que viralizou nas últimas semanas detalha abusos e desrespeitos que os empregados do banco estão encarando diariamente em meio à pandemia do coronavírus.
O autor do texto denuncia as jornadas exaustivas, o descaso com a saúde e a vida dos empregados em plena crise do coronavírus, a desorganização para o pagamento do auxílio emergencial e do saque do FGTS.
“Tudo isso entregando 100% dos resultados exaustivamente cobrados, expostos diariamente a uma doença ainda pouco conhecida e com energia positiva. Vocês vão nos matar!”, finaliza o texto.
Diante da mensagem que explicita os temores dos bancários e do clima de terror instaurado na Caixa, o Sindicato esclarece:
- Assédio moral é ilegal e deve ser denunciado ao Sindicato por meio do seu canal de denúncias. O sigilo é absoluto. Veja no final do texto outras formas de entrar em contato com o Seeb Catanduva;
- Ameaças de descomissionemento são caracterizadas como assédio moral;
- A jornada deve ser respeitada, tanto no trabalho presencial quanto no Home Office;
- Horas Extraordinárias eventuais por conta da operação de pagamento do Auxílio Emergencial devem ser pagas com 100% de acréscimo, sem compensação de parte das horas de horas extras;
- Nenhum tipo de alteração no registro de ponto ou no pagamento das horas extras pode ser feito à revelia do empregado;
- As pessoas não são obrigadas a se expor desnecessariamente ao risco de contaminação;
- Os empregados não podem ser obrigados a expor seus parentes ao risco;
Qualquer um destes desrespeitos devem ser relatados ao Sindicato (veja contatos abaixo) e à Apcef/SP. Além disto, a omissão do empregado pode comprometer a saúde ou a vida de um colega e sua própria, bem como resultar em responsabilização civil e criminal por omissão ou negligência da chefia.
Os empregados devem notificar o Sindicato em caso de suspeita e confirmação de covid-19 no seu local de trabalho.
"É fundamental que os empregados relatem ao Sindicato suas demandas e os abusos cometidos no que se refere à rotina e às condições de trabalho, para que possamos intervir junto ao banco e atuar para interrompê-los. O Sindicato é seu parceiro e está na luta com você pela defesa dos seus direitos", ressalta o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
O Sindicato vem notificando o banco e cobrando a preservação da vida e da saúde dos trabalhadores e da população. Além de ter resultado imediato, a notificação pode garantir direitos posteriormente.
É preciso se preservar de ordens absurdas
A direção da Caixa vem cometendo diversos abusos e dando ordens absurdas aos empregados, muitas vezes por telefone, WhatsApp, e até por vídeo. Para os empregados se preservarem, é importante gravar ou registrar estes abusos.
Antes de seguir alguma orientação que pareça estranha – como por exemplo sair do rodízio ou do home office durante a pandemia – questione por e-mail se a orientação é esta mesma.
Quando relatar a denúncia ao Sindicato, encaminhe os registros dos vídeos, dos telefonemas e das mensagens. O Sindicato irá manter o sigilo do denunciante e atuará para cessar o abuso. Em último caso, os registros servirão como prova em eventual ação judicial de reparação dos danos.
O Ministério Público do Trabalho possui nas plataformas Android e IOS o aplicativo Pardal MPT, por meio do qual denúncias podem ser feitas ao órgão.
Saúde
Os bancários também podem entrar em contato com WhatsApp do Sindicato (veja no final do texto) e com o Comitê Saúde Caixa (11 97333-2513) para tratar de questões relacionadas à saúde e ao Saúde Caixa.
Descaso com os protocolos contra a covid-19
A Apcef/SP identificou casos de agências no estado com casos confirmados e suspeitos de covid-19 em que os superintendentes de varejo não encaminharam a equipe toda para testagem.
Os empregados que não passaram por testagem foram encaminhados para outras agências. Há relatos apontando que em ao menos três agências a contaminação se espalhou após os bancários das agências com casos confirmados terem sido encaminhados para locais que antes não havia surto da doença.
Nestes casos coincidentemente houve contaminação após empregados de unidades com casos de covid-19 terem sido transferidos. As chefias poderão ser responsabilizadas em caso fatal e se qualquer trabalhador, popular ou parente de empregado quiser se queixar.
É um descaso sem limites com a vida das pessoas. São ordens absurdas que estão sendo dadas para os empregados, que futuramente podem ser responsabilizados civil e criminalmente e que no presente podem ter consequências fatais.
Metas abusivas precisam ser denunciadas
Uma série de relatos apontam que as metas estão maiores do que antes da pandemia: as cobranças de metas devem ser registradas (prints da tela, fotos etc,) para que o sindicato possa cobrar junto a direção do banco.
Em muitas agências, as filas voltaram a ficar imensas por causa dos pagamentos do auxílio emergencial, e a direção da caixa não está dando orientações formais. O gestor fica encarregado de tomar decisões por conta própria, acarretando em riscos para a saúde e a vida dos trabalhadores.
É uma conduta covarde da direção do banco, que não se compromete a colocar por escrito suas determinações, como o suposto fim do rodízio e do home office para parte dos empregados. Não se deve seguir ordens absurdas que podem resultar em responsabilidade civil e criminal. Orientações das chefias devem ser solicitadas por e-mail, a fim de tê-las registradas.
Procure o Sindicato
Nesse contexto de pandemia de coronavírus, em que o movimento sindical bancário conquistou home office para metade da categoria em todo o país, é indispensável que os trabalhadores possam se comunicar com o Sindicato.
Por isso, adicione o WhatsApp do Sindicato para receber notícias de seu interesse: 17 99259-1987. E quando quiser fazer alguma denúncia ou tirar alguma dúvida, também pode fazê-lo por meio do WhatsApp.
Veja outras formas de contatar o Sindicato:
> Está com um problema no seu local de trabalho ou seu banco não está cumprindo o acordado? CLIQUE AQUI e denuncie. O sigilo é absoluto.
> Você pode entrar em contato diretamente com um de nossos diretores através de seus contatos pessoais. Confira: Roberto Vicentim - (17) 99135-3215, Júlio Trigo - (17) 99191-6750, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony) - (17) 99141-0844, Sérgio L. De Castro Ribeiro (Chimbica) - (17) 99707-1017, Luiz Eduardo Campolungo - (17) 99136-7822 e Luiz César de Freitas (Alemão) - (11) 99145-5186
> Redes Sociais: nossos canais no Facebook e Instagram estão abertos, compartilhando informações do Sindicato e de interesse da sociedade sobre a pandemia.
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