23/07/2020
Agências da Caixa voltam a registrar filas por conta de desacertos do governo federal
Foi anunciado, por suspeita de fraude, o bloqueio de “centenas de milhares” de contas de poupança social, utilizadas para o pagamento do Auxílio Emergencial (e futuramente para o saque do FGTS previsto pela MP 936). Algumas estimativas falam em 3 milhões de contas suspensas. A orientação do governo é que os trabalhadores que sofreram o bloqueio devem se apresentar pessoalmente em uma agência do banco, levando documento de identidade, para confirmar que são titulares das contas e regularizar o cadastro. Ou seja, nos próximos dias, milhares de clientes devem voltar a lotar as unidades do banco público.
Além disso, nesta semana, teve início o pagamento da quarta parcela do Auxílio Emergencial para inscritos no Bolsa Família. Os saques em dinheiro ocorrem desde 20 de julho, conforme o último número do NIS (Número de Identificação Social).
Com a mudança constante de datas de pagamentos, de saques e depósitos, a população continua procurando as agências da Caixa para informações. E agora devem se somar àqueles que tiveram seus benefícios bloqueados.
Aglomeração preocupa
O aumento do número de pessoas dentro das agências da Caixa é um fator que causa preocupação por conta da disseminação do coronavírus entre empregados e clientes.
Recentemente, em 10 de julho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) atualizou as diretrizes sobre a transmissão do novo coronavírus, reconhecendo que ela pode ocorrer pelo ar, por meio de partículas em suspensão.
Esta condição é preocupante, sobretudo, em ambientes fechados com aglomeração de pessoas, como o encontrado nas agências bancárias.
Novamente, a Caixa coloca a saúde de trabalhadores e clientes em risco em um momento ainda bastante crítico da pandemia. Na terça-feira (21), o Estado de São Paulo registrou 20.171 óbitos e 422.669 casos confirmados do novo coronavírus. Dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 637 cidades, sendo 435 com um ou mais óbitos.
Condições de trabalho
Além da ampliação das condições de segurança requeridas pelas entidades representativas, o que fez com que fossem instalados anteparos de proteção nos guichês de atendimento, fornecimento de Face Shields e compra centralizada de máscaras e álcool em gel para as unidades, entre outros, a Apcef/SP e a Agecef/SP, representando o Sindicato, encaminharam no dia 21 uma cobrança à Caixa de mais medidas de proteção aos empregados contra o contágio pela Covid-19 (clique aqui para ler o documento).
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, explica que a Caixa é responsável somente pela operação do pagamento do auxílio emergencial. “Ou seja, todo o atraso e problemas para o recebimento está sendo feito pelo governo federal, que promove o desmonte nos bancos públicos, e dificulta ao máximo o pagamento do auxílio para a população, colocando todos em risco de contágio."
Além de não descentralizar o pagamento do auxílio a outros bancos e instituições, o diretor do Sindicato destaca que a direção da Caixa, até o momento, não fez uma ampla e efetiva campanha de informação à sociedade, e agora traz centenas de milhares de pessoas às agências da Caixa devido ao bloqueio de contas da poupança social. "Fizemos diversas reivindicações à direção da Caixa e a outros órgãos do Executivo, solicitando que medidas efetivas fossem tomadas em proteção à saúde das pessoas e dos bancários. Mas o governo e a direção do banco mais uma vez se mostram indiferentes", critica o diretor.
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