A partir de ontem (22), a Caixa decidiu ampliar em duas horas o atendimento de 1.102 agências. As unidades agora abrem para o público, de 8h às 14h, apenas para serviços essenciais. A entrada da população nas agências está sendo controlada. O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região,  juntamente com as entidades representantes da categoria bancária estão cobrando da Caixa medidas mais efetivas para evitar as aglomerações nas agências. Uma das propostas são as campanhas informativas, esclarecendo a população sobre a obtenção do auxílio emergencial pelos meios digitais, sem precisar ir à agência.

Nas horas a mais de funcionamento, a população poderá realizar apenas os serviços essenciais, como saques sem o cartão e a senha do INSS, do Seguro Desemprego/Defeso, do Bolsa Família e outros benefícios sociais. Também está permitido o pagamento de Abono Salarial e FGTS sem cartão e senha, desbloqueio de cartão e senha de contas.

> Confira aqui a lista das agências que abrirão mais cedo.

Mesmo com ampliação do atendimento pela Caixa, as entidades orientam a população a evitar filas e aglomerações nesse período de pandemia, priorizando os canais digitais de atendimento.

Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, mesmo com as medidas já tomadas pela Caixa, há ainda a necessidade de esclarecer mais os beneficiários do auxílio emergencial. “Precisamos de campanhas informativas e educativas para a população. Não podem deixar para os empregados essa responsabilidade. Nossa preocupação é com a saúde dos trabalhadores e da população, garantindo o atendimento nos casos essenciais”, reforçou Ferreira.

De acordo com a Caixa, a entrada da população nas agências será controlada. Nas áreas dos terminais de autoatendimento, será permitido apenas um ou dois clientes, de acordo com o espaço disponível. A medida é para manter o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas.

Para chamar a atenção do governo federal para as aglomerações nas agências e o risco de exposição ao Covid-19 do trabalhador e da população, a Fenae e a Contraf-CUT, representando os sindicatos, enviaram uma carta ao ministro da Saúde, Nelson Teich. No documento, as entidades também reivindicam ampla campanha de conscientização da população no processo de pagamento do auxílio emergencial.

> Leia a íntegra da carta clicando aqui.

Orientada pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), a Contraf-CUT também enviou uma carta para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães cobrando civilidade, saúde e segurança nas unidades da Caixa e para o trabalho dos empregados. Ao todo, foram 13 reivindicações, entre elas a instituição do sistema de agendamento por telefone, plano de saúde para todos, organização de filas por profissionais especializados, antecipação do calendário de vacinação e EPI para os trabalhadores.

Mais informação para a população

A falta de informação mais direcionada à população sobre o auxílio emergencial segue sendo um fator de aumento das filas nas agências da Caixa. Muitas pessoas procuram as agências para tirar dúvidas sobre o cadastramento, confirmação do recebimento ou sobre o CPF.

"Filas imensas têm se formado nas agências. Temos cobrado, desde o anúncio do Auxílio Emergencial, que o governo e a Caixa façam uma ampla campanha de esclarecimento à população sobre o benefício. E, mais uma vez, a prática mostra o que pode ajudar: além dos ajustes nos sistemas e da ampla campanha de esclarecimento à população, é preciso viabilizar o agendamento para atendimento presencial, a distribuição de senhas e o monitoramento externo das filas por empresas especializadas, em vez de sobrecarregar e expor ainda mais os empregados", reforça o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.

Na última segunda-feira (20), a coordenação do Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos e o Ministério Público do Trabalho, com a presença da Caixa Econômica Federal, para debater, entre outras coisas, o atendimento nos bancos. Um dos temas do debate foram as filas e aglomerações das agências.

"A Caixa se comprometeu a intensificar as informações sobre o auxílio emergencial e a divulgação do canal de atendimento 111. Quem quer informação não precisa ir às agências, basta ligar nesta central”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, ao ressaltar que o Ministério Público Federal, entrou com uma ação civil pública pedindo, inclusive, que a Caixa abra as agências aos sábados para atender essas pessoas.

Abertura no feriado e no sábado

Cerca de 700 agências, a maioria localizada nas regiões Norte e Nordeste do país, abriram na última terça-feira (21), feriado de Tiradentes. Estas unidades também funcionarão no próximo sábado (25), para atendimento de serviços sociais à população, saques sem o cartão e a senha do INSS, do Seguro Desemprego/Defeso, do Bolsa Família e outros benefícios sociais, da conta salário e o auxílio emergencial.

A Caixa informou, na reunião com a coordenação do Comando Nacional dos Bancários, que o atendimento acontecerá apenas nesta semana, nestas agências específicas e os funcionários vão aderir voluntariamente.

“Os empregados, que já estão sobrecarregados, não podem ser obrigados a terem que trabalhar no feriado e no sábado. É importante que o trabalho seja realmente voluntário. O empregado que se sentir obrigado ou se houver algum tipo de abuso deve entrar em contato com seu sindicato e denunciar a situação”, afirmou o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

A coordenação do Comando cobrou da Caixa o pagamento das horas extras e o banco informou que serão pagas.