15/05/2017

Lucro cresce 95,6% em um ano, mas banco fecha pontos de atendimento e reduz quase 10 mil vagas

O Banco do Brasil, no 1º trimestre de 2017, obteve um Lucro Líquido Ajustado de R$ 2,5 bilhões, que representou um crescimento de 95,6% em doze meses e 43,9% no trimestre. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 10,4%, com alta de 4,8 pontos percentuais no período.

Mesmo com um excelente resultado, o banco fechou 970 pontos de atendimento e acabou com 9,9 mil postos de trabalho, por meio do plano de reorganização institucional e Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) colocados em prática por Michel Temer. As medidas reduzem oportunidades de trabalho em plena recessão, dificultam o crescimento na carreira para seus funcionários e tornam ainda mais duras as condições de trabalho, o que aumenta o estresse e piora a qualidade do atendimento aos clientes.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o crescimento do resultado também ancorado na redução das provisões com perdas, mostra  aumento no lucro, mas a análise é correta ao apontar que a reestruturação não trouxe o impacto que se propagou. "Não adianta aumentar o resultado quando ainda tem mais de 2 mil funcionários com cargos cortados que terão seus salários reduzidos a partir de junho. Com o aumento do lucro, o banco pode valorizar os funcionários e ampliar a VCP para no mínimo 12 meses", afirma.

Tarifas perfazem 114,9% das despesas de pessoal

Segundo a análise do balanço feita pelo Dieese, a  receita com prestação de serviços e a renda das tarifas bancárias cresceram 10,5% no período, totalizando R$ 6,2 bilhões. As despesas de pessoal, considerando a PLR, caíram 2,2%, atingindo R$ 5,4 bilhões. Portanto, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 114,9%.

Enxugamento maior que o anunciado

O número de agências se reduziu em 551 unidades, em doze meses. O Plano de reorganização institucional previa, no decorrer de 2017, o fechamento de 402 agências, com outras 379 passando a ser postos de atendimento, a mas pelos dados apresentados, a rede própria do banco foi reduzida em 970 pontos de atendimento, número superior ao anunciado.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Roberto Carlos Vicentim, a reestruturação anunciada no BB constitui, na verdade, um grande desmonte da instituição e de sua função como banco público, que é fomentar e contribuir para o desenvolvimento do país. "Os dados divulgados pelo Dieese apontam que o BB tem condições suficientes para investir mais aos seus trabalhadores e parar com as demissões, que já extinguiram milhares de postos de trabalho somente nesses três primeiros meses do ano". 

Veja aqui a íntegra da análise do Dieese

Fonte: Contraf-CUT e Dieese, com edição do Seeb Catanduva

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