Contraf-CUT participa de audiência pública sobre reestruturação do BB
Em defesa dos 9.409 funcionários do Banco do Brasil, que, segundo anúncio da própria instituição financeira, serão desligados até o final deste ano por meio de um plano de aposentadoria incentivada, ocorreu nesta terça-feira (13), em Brasília, na Comissão de Trabalho da Câmara, uma audiência pública. O debate contou com a presença dos deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA) e Érica Kokay (PT-DF), de representantes dos trabalhadores, entre eles o secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos de Souza e o presidente do Sindicato dos Bancários de Salvador, Augusto Vasconcelos, que também representou a CTB e de representantes do banco, entre eles os diretores Carlos Neto e José Caetano Minchillo.
Sob o comando do governo ilegítimo de Temer, o BB anunciou fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento. O processo de reestruturação envolve cortes de mais de 9 mil postos de trabalho e vai provocar redução salarial de milhares de funcionários, caso estes não forem realocados.
De acordo com o diretor de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil, José Caetano Minchillo, até o final deste ano, 9.409 funcionários do Banco do Brasil serão desligados da instituição, mas garantiu que a redução do quadro de pessoal “não compromete em nada as nossas competências históricas e capacidade de gerar resultados”.
O secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos de Souza, fez um apanhado histórico do Banco do Brasil e lembrou da dificuldade que os trabalhadores da instituição financeira enfrentaram durante o período do neoliberalismo da década de 90. “Temos que lutar contra este mesmo modelo neoliberal que estão reimplantando no Brasil, com este governo golpista. O mesmo modelo que ceifou 300 mil empregos da categoria bancária e foi uma catástrofe para os bancos públicos nos anos noventa, volta à tona”, disse.
O dirigente também ressaltou que é preciso mobilizar não apenas os bancários, mas toda a sociedade para ampliar a luta em defesa do banco público. “Temos que debater com os trabalhadores e diversos atores da sociedade brasileira, promovendo audiências públicas nas esferas municipais, estaduais e federais. O nosso movimento em defesa do BB tem que crescer e somar, pois esta não é uma luta somente dos funcionários é uma luta de todos nós”.
Augusto Vasconcelos disse que o ataque feito ao Banco do Brasil é simbólico porque não é somente um ataque a uma empresa. “Atendendo o caráter público desta importante instituição financeira, consideramos que esta reestruturação com o fechamento de agência e a redução de funcionários prejudicará não só os trabalhadores, mas também a população. Não aceitaremos que o governo Temer promova o desmonte do BB”.
O parlamentar Daniel Almeida destacou que a redução do quadro de pessoal e fechamento de agências causariam impacto na economia dado a importância do Banco do Brasil, sua capilaridade e atuação em áreas específicas, insubstituíveis em alguns casos.
Os debatedores manifestaram preocupação com os impactos da reestruturação do banco na economia dada a importância e capilaridade da instituição.
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