31/05/2016
Por empregos, Sindicato dos Bancários faz atividades no Dia Nacional de Luta do HSBC
O Bradesco garantiu diversas vezes ao movimento sindical que não haveria processo de demissão em massa ocasionado pela compra do HSBC. Mesmo assim, de janeiro a março de 2016, o Bradesco cortou 1.466 postos de trabalho em todo o Brasil. No mesmo período, o banco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões, equivalente a uma redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2015. Mesmo fechando o início do ano com lucro, o banco manteve sua política de corte de postos de trabalho.
Em apenas um ano, de março de 2015 a março de 2016, foram 3.581 empregos a menos no segundo maior banco privado do país. Também houve redução no número de agências. São 152 unidades a menos em março de 2016, na comparação com março de 2015. Os cortes se justificam menos ainda quando se leva em conta que apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas o banco cobre 137,1% de suas despesas de pessoal. Essa relação é 1,1 p.p. maior que a do primeiro trimestre de 2015, quando era de 136%.
O festival de promessas do Bradesco começou em agosto do ano passado. Em reunião com representantes dos trabalhadores, o banco informou que não faria cortes, sob a justificativa de que precisaria continuar operando e dando lucro. Também havia se comprometido a manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.
Recentemente, quando cobrado, o Bradesco alegou que a quantidade de desligamentos está ocorrendo a pedidos de aposentados e bancários que pretendem estudar fora do país e que, somente uma pequena parte dos desligamentos estaria relacionada com desempenho insatisfatório. Mas, a realidade é outra. O que demonstra que o banco está faltando com a verdade. Pois, estão sendo demitidos bancários que fizeram carreira na empresa e que se destacaram pelo desempenho. Em sua maioria são pais e mães de família, alguns prestes a se aposentar, outros com deficiência.
É valido lembrar também que, na época da aquisição do HSBC pelo Bradesco, diretores do banco foram à sede da Contraf-CUT garantir que não haveria demissões.
Dia Nacional de Luta
Neste 31 de maio, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região realizou duas atividades em alusão ao Dia Nacional de Luta em defesa do emprego no HSBC. Em Catanduva, dirigentes sindicais fizeram manifesto em frente à agência local, com exibição de faixa e reunião com os funcionários. Já em Ibitinga, o dirigente Luiz Eduardo Campolungo, bancário do HSBC, conversou com os trabalhadores - e relatou todas as atitudes perversas tomadas pela direção do banco.
"Estamos preocupados em manter os empregos, tanto no HSBC quanto no Bradesco. Os bancários dos dois bancos estão sendo pressionados e esse processo de venda, recheado de indefinições, só agrava essa situação. A pressão é enorme, sobretudo no HSBC, cujos bancários têm metas agressivas e precisam lidar até mesmo com o receio dos clientes, que não sabem qual o futuro do banco. Criou-se uma expectativa negativa em torno dessa fusão e ninguém se posicona", critica Eduardo.
Outra questão que tem tirado o sono dos funcionários do HSBC é a garantia da manutenção das conquistas específicas dos funcionários do HSBC, como a bolsa-educação, o parcelamento de férias e as duas operadoras do plano de saúde. Atualmente, os funcionários podem optar entre duas operadoras, mas no Bradesco, há apenas um plano de saúde disponível. Segundo Eduardo, essas e outras questões serão discutidas no Encontro Nacional, de 6 a 8 de junho, em São Paulo.
Assédio moral e metas abusivas crescem no HSBC
A aquisição de 100% do capital social do HSBC Brasil pelo Bradesco, anunciada em agosto do ano passado, teve reflexo imediato no dia a dia dos funcionários. Com a repercussão da informação em todo o país, mesmo sem o processo concluído, ficou mais difícil aos trabalhadores do banco realizar negócios, vender produtos e atrair novos clientes. Por outro lado, a cobrança de metas abusivas, agravadas pela falta de funcionários, gera um ambiente de assédio moral constantes nas agências.
“Os bancários estão indo trabalhar com medo. Estão com stress emocional muito forte, pois não sabem se vão ser o próximo na lista de corte. Além disso, estão enfrentando uma sobrecarga de trabalho, visto que o banco está reduzindo o quadro funcional, o que acarreta o adoecimento dos bancários. As atividades do movimento sindical vão continuar e se intensificar caso o banco não mude de postura”, explica Carlindo Dias de Oliveira, secretário de Organização da Contraf-CUT.
Trajetória do banco no Brasil
Em 1997, o HSBC assumiu as operações do antigo banco Bamerindus, abrindo suas operações no Brasil. Nestes 19 anos, o banco teve lucro em pelo menos 15 deles. E, em todo esse período, sempre demostrou desrespeito pelos trabalhadores. Logo em sua chegada, entregou a todos os funcionários um manual de trajes e boas maneiras. O HSBC é um dos dez maiores players no Brasil, o sétimo maior banco em atuação no país, com 2,2% de participação no mercado de ativos e 1,9% dos empréstimos. Com 853 sucursais, corresponde a 3,7% do sistema. O Banco possui ainda 57 bilhões em depósitos para uma conta de mercado de 2,9%.
A carteira de crédito do banco é composta principalmente por empréstimos comerciais (70%), enquanto empréstimos a pessoas físicas correspondem a 22% e 8% são hipotecas. Recentemente, divulgou um balanço com preju- ízo, mas sem muitos detalhes. O interessante é que todos os acionistas continuaram recebendo seus bônus. Apenas os trabalhadores deixaram de ganhar PLR. Apenas depois de mobilização dos trabalhadores, o banco aceitou pagar gratificação.
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