02/12/2024

País cria 2,1 milhões de empregos com carteira no acumulado do ano

O País teve um saldo positivo de 132.714 postos de trabalho com carteira assinada em outubro, resultante de 2.222.962 admissões e 2.090.248 desligamentos no mês. No acumulado do ano, o saldo chegou a 2.117.473 empregos, positivo nos cinco grandes agrupamentos econômicos e em todos os estados.

No acumulado dos últimos 12 meses (novembro de 2023 a outubro de 2024), o saldo alcançou 1.787.839 postos de trabalho, resultado 22,7% maior que o saldo observado no período de novembro de 2022 a outubro de 2023, quando foram gerados 1.457.232 postos formais.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Novo Caged de outubro, divulgado na última quarta-feira (27) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Sobre a queda na criação de empregos formais de outubro, com relação a setembro, o ministro atribui o resultado ao período do ano. "O final do ano sempre tem uma adequação", pontuou o ministro, ao reforçar que essa tendência já era esperada para o mês analisado.

Durante a coletiva, o ministro destacou ainda o impacto do Bolsa Família para a busca e manutenção do emprego. “Nós temos 1,48 milhão de pessoas do Bolsa Família que estão no mercado de trabalho. Desses, 418 mil pessoas estavam no Bolsa Família, entraram no mercado de trabalho, ficaram, e hoje não estão maias recebendo o benefício, pois alcançaram uma renda de maior sustentabilidade”, explicou. 

No mês de outubro, três dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos, com destaque para o setor de Serviços, que apresentou um saldo de +71.217 postos formais de trabalho (+0,31%). Em seguida, o Comércio gerou +44.297 postos de trabalho (+0,42%), e a Indústria, que demonstrou continuidade de geração, com +23.729 postos (+0,26%) gerados no mês. A Construção Civil registrou redução de -767 postos formais de trabalho (-0,03%) e a Agropecuária redução de -5.757 postos formais de trabalho (-0,31%).

Nos estados, as maiores gerações de postos de trabalho ocorreram em São Paulo, com criação de 47.255 postos (+0,33%), com destaque para o setor de serviços (+37.345); no Rio Grande do Sul, que registrou a geração de 14.115 postos (+0,50%); e Rio de Janeiro, com 10.731 postos (+0,28%).

Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a outubro, foram contabilizados 2.117.473 de empregos com carteira assinada, com saldo positivo nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas. O maior crescimento ocorreu no setor de Serviços, com saldo positivo de 1.118.210 postos formais (52,8% do saldo).

A Indústria também continuou gerando empregos ao longo do ano, apresentando até outubro um saldo positivo de 429.473 postos de trabalho, com destaque para a fabricação de álcool (+15.445); fabricação de açúcar em bruto (+14.840) e frigorífico, especificamente o abate de bovinos. (+12.309).  Comparado ao acumulado de 2023, quando a indústria gerou 251.600 postos de trabalho, houve um acréscimo de +177.873 postos (70,7%) no ano.
As Unidades da Federação com maior saldo no acumulado de 2024 foram São Paulo, com 609.153 postos gerados (+4,39%), Minas Gerais, com 207.773 (+4,35%), e Paraná, com geração de 163.206 (+5,28%).

Grupos Populacionais 

No mês, o saldo foi positivo para mulheres (+89.917) e para homens (+42.797). Em relação à População com Deficiência, o saldo foi positivo em 1.203 postos de trabalho. Quanto à cor, o saldo foi positivo para pardos (+137.872), brancos (+61.553), pretos (+29.293), indígenas (+997) e amarelos (+71).

Salários 

O salário médio real de admissão em outubro foi de R$ 2.153,18, uma redução de R$ 18,96 (-0,87%) em comparação com setembro (R$ 2.172,13). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 24,53 (+1,15%).

Desemprego cai 6,2% no trimestre e é o menor em 12 anos

taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre de agosto a outubro, conforme dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados na sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa o menor nível desde 2012, reforçando uma tendência de melhora no mercado de trabalho.

O crescimento do emprego foi impulsionado pelos setores de indústria, construção e serviços. No trimestre, a indústria absorveu mais 381 mil trabalhadores (alta de 2,9%), enquanto a construção contratou 183 mil pessoas (2,4%) e o setor de serviços ganhou 187 mil ocupados (3,4%).

Segundo a pesquisa, 6,8 milhões de brasileiros estão desempregados. O recuo foi de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre de maio a julho e de 1,4 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2023, quando a taxa era de 7,6%.

Recorde nos setores de informalidade

A informalidade também cresceu e alcançou o maior número em oito anos: 40,3 milhões de pessoas, equivalente a 38,9% dos trabalhadores. O aumento foi impulsionado principalmente pelo recorde de empregados sem carteira assinada, enquanto o número de trabalhadores por conta própria permaneceu estável em 25,7 milhões.

Redução da subutilização e desalento

A taxa de subutilização (que é a soma da população desocupada, sub ocupados por insuficiência de horas e aqueles que não estão ocupados nem desocupados, apesar de possuírem potencial para integrar a força de trabalho) caiu para 15,4%, menor índice desde 2014. A população desalentada, que são aqueles que desistiram de buscar emprego, chegou a 3 milhões, o menor número desde 2016.

Rendimento e desigualdade

O rendimento médio real dos trabalhadores ficou em R$ 3.255, estável em relação ao trimestre anterior e com alta de 3,9% na comparação anual. A massa de rendimento alcançou R$ 332,6 bilhões, um aumento de 7,7% no ano, refletindo maior poder de consumo no período.

Como o IBGE calcula a taxa de desemprego

A taxa de desemprego, segundo o IBGE, corresponde ao percentual de pessoas que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho, mas não conseguem ocupação. Esse grupo é formado por indivíduos disponíveis para trabalhar e têm feito esforços para encontrar uma vaga.

O cálculo exclui pessoas fora da força de trabalho, ou seja, aquelas que não estão empregadas nem em busca de emprego. Entre elas, estão estudantes que dedicam seu tempo integralmente aos estudos e pessoas que optam por realizar atividades domésticas, como donas de casa. O método é parte da Pnad Contínua, que coleta informações para avaliar o desempenho do mercado de trabalho no Brasil, levando em conta critérios padronizados para refletir a realidade da população em idade ativa.

Pnad Contínua

A Pnad Contínua, realizada pelo IBGE desde 2012, avalia mensalmente indicadores relacionados ao mercado de trabalho de pessoas com 14 anos ou mais em todo o Brasil. Os dados refletem médias trimestrais móveis, evitando oscilações mensais e apresentando tendências mais consistentes.

Os resultados reforçam a recuperação do mercado de trabalho no Brasil, com geração de empregos formais e informais. Entretanto, a informalidade elevada e a estabilidade nos rendimentos indicam desafios para consolidar a melhora nas condições de emprego e renda.

 
Fonte: CUT, com edição de Seeb Catanduva

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