01/11/2023
Selic vai a 12,25%, menor nível desde março de 2022

Como já era previsto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou nesta quarta-feira (1º) a redução da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic), que passa de 12,75% para 12,25%. A redução de 0,50 ponto percentual do índice acontece pela terceira vez consecutiva, em meio à pressão de diversos setores da sociedade civil contra os juros altos praticados no país.
“É fundamental que nas próximas reuniões o movimento de queda persista, para que o Brasil possa sair das primeiras colocações no ranking global de juros”, explica o economista da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Gustavo Cavarzan.
“A redução indica o começo de um caminho, mas para que a economia e os brasileiros realmente possam respirar aliviados, pagar menos juros nas compras e para que as empresas possam também respirar e fazer mais investimentos que gerarão emprego e renda, seria necessária uma redução maior da Selic, para que os efeitos na economia fossem sentidos em menor tempo. Vamos seguir pressionando o BC e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Os juros altos seguem na contramão da urgente necessidade de crescimento do Brasil. A geração de emprego e renda mais pujantes só não ocorrem devido à manutenção da taxa Selic em patamares superiores a 13%. A Selic mais baixa dinamiza a economia e melhora a vida da população e do setor produtivo, com mais recurso para gastar e investir", destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
Em nota de hoje, onde anuncia o novo índice, o Copom aponta para a continuidade de ciclo cortes de forma lenta. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse a entidade.
A economista Vivian Machado, também da subseção do Diesse na Contraf-CUT, explica que ainda não é possível observar um forte impacto da redução da Selic sobre os juros praticados pelo sistema bancário brasileiro e demais indicadores econômicos, como emprego, renda e endividamento das famílias, por exemplo, justamente porque o Banco Central segue com uma política lenta na redução da Selic. “Essa lentidão é usada como desculpa pelo sistema bancário brasileiro para justificar a manutenção da oferta de crédito com juros estratosféricos”, observou.
Protestos continuam
Com a decisão de hoje, o Copom mantém a política monetária expansionista, defendida pelos movimentos sindicais, porque estimula a prática de empréstimos mais baratos às famílias e empresas, encoraja investimentos e reduz a dívida do Estado brasileiro com o pagamento de juros dos títulos da dívida pública. Mas essa mudança de rota do Banco Central, ocorreu somente após intensa pressão do governo e dos trabalhadores, contra a política monetária oposta – contracionista à economia – iniciada em janeiro 2021 e mantida até agosto de 2023.
“Como sociedade civil organizada, como trabalhadores e trabalhadoras, precisamos manter a pressão para que a Selic caia ainda mais. Se puxarmos o histórico, veremos que as decisões do Copom são sempre baseadas no mercado e não nos interesses da população e do desenvolvimento do país. Essa inflexão, portanto, é fruto dessa clareza que a população vem ganhando sobre a obrigação dessa entidade nos rumos da economia do país”, avaliou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira.
O movimento sindical começou, no início do ano, uma série de protestos, incluindo atividades educativas nas redes sociais, sobre como a Selic impacta na vida da população. Entidades que representam a indústria e o governo federal também vinham se manifestando contra a política monetária do BC, de viés contracionista.
Em abril, uma pesquisa realizada pelo Datafolha já mostrava o resultado dessa estratégia de comunicação, quando apontou que 80% dos entrevistados concordam com a pressão que o presidente Lula (PT) fez sobre o BC pela redução da Selic.
Leia também: Protestos contra os juros altos voltam a ocorrer em diversas cidades
Entenda
“É fundamental que nas próximas reuniões o movimento de queda persista, para que o Brasil possa sair das primeiras colocações no ranking global de juros”, explica o economista da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Gustavo Cavarzan.
“A redução indica o começo de um caminho, mas para que a economia e os brasileiros realmente possam respirar aliviados, pagar menos juros nas compras e para que as empresas possam também respirar e fazer mais investimentos que gerarão emprego e renda, seria necessária uma redução maior da Selic, para que os efeitos na economia fossem sentidos em menor tempo. Vamos seguir pressionando o BC e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Os juros altos seguem na contramão da urgente necessidade de crescimento do Brasil. A geração de emprego e renda mais pujantes só não ocorrem devido à manutenção da taxa Selic em patamares superiores a 13%. A Selic mais baixa dinamiza a economia e melhora a vida da população e do setor produtivo, com mais recurso para gastar e investir", destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
Em nota de hoje, onde anuncia o novo índice, o Copom aponta para a continuidade de ciclo cortes de forma lenta. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse a entidade.
A economista Vivian Machado, também da subseção do Diesse na Contraf-CUT, explica que ainda não é possível observar um forte impacto da redução da Selic sobre os juros praticados pelo sistema bancário brasileiro e demais indicadores econômicos, como emprego, renda e endividamento das famílias, por exemplo, justamente porque o Banco Central segue com uma política lenta na redução da Selic. “Essa lentidão é usada como desculpa pelo sistema bancário brasileiro para justificar a manutenção da oferta de crédito com juros estratosféricos”, observou.
Protestos continuam
Com a decisão de hoje, o Copom mantém a política monetária expansionista, defendida pelos movimentos sindicais, porque estimula a prática de empréstimos mais baratos às famílias e empresas, encoraja investimentos e reduz a dívida do Estado brasileiro com o pagamento de juros dos títulos da dívida pública. Mas essa mudança de rota do Banco Central, ocorreu somente após intensa pressão do governo e dos trabalhadores, contra a política monetária oposta – contracionista à economia – iniciada em janeiro 2021 e mantida até agosto de 2023.
“Como sociedade civil organizada, como trabalhadores e trabalhadoras, precisamos manter a pressão para que a Selic caia ainda mais. Se puxarmos o histórico, veremos que as decisões do Copom são sempre baseadas no mercado e não nos interesses da população e do desenvolvimento do país. Essa inflexão, portanto, é fruto dessa clareza que a população vem ganhando sobre a obrigação dessa entidade nos rumos da economia do país”, avaliou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira.
O movimento sindical começou, no início do ano, uma série de protestos, incluindo atividades educativas nas redes sociais, sobre como a Selic impacta na vida da população. Entidades que representam a indústria e o governo federal também vinham se manifestando contra a política monetária do BC, de viés contracionista.
Em abril, uma pesquisa realizada pelo Datafolha já mostrava o resultado dessa estratégia de comunicação, quando apontou que 80% dos entrevistados concordam com a pressão que o presidente Lula (PT) fez sobre o BC pela redução da Selic.
Leia também: Protestos contra os juros altos voltam a ocorrer em diversas cidades
Entenda
- O Copom, entidade do BC, se reúne por dois dias, a cada 45 dias, para definir a taxa básica de juros do país (Selic). Neste último encontro (entre 31 de outubro e 1º de novembro), a decisão foi pela redução de 0,50 p.p. no índice, que passa de 12,75% para 12,25% ao ano.
- Apesar do corte, que faz com que a Selic alcance o menor índice desde março de 2022, o Brasil segue com uma taxa básica de juros elevadíssima e com um dos maiores juros reais (resultado da Selic menos a inflação) do mundo.
- A Selic elevada torna os empréstimos mais caros às famílias e empresas, desencoraja investimentos e aumenta a dívida do Estado brasileiro com o pagamento de juros dos títulos do Tesouro Nacional.
- Logo, os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras.
- Sondagem realizada pelo Dieese mostrou que cada ponto percentual na taxa Selic significa um aumento anual do custo da dívida pública de cerca de R$38 bilhões – valor que deixa de ir para educação, saúde ou infraestrutura.
- Em três anos, sob a presidência de Roberto Campos Neto no BC, a Selic passou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 13,75% em agosto de 2022 – nível mantido até agosto deste ano quando, finalmente, o Copom deu iniciou ao ciclo de redução do índice.
- Economistas de tendência desenvolvimentista avaliam que uma taxa básica de juros razoável deveria estar no patamar de, pelo menos, um dígito.
- Os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne 38 países de economias mais avançadas) trabalham com juros básicos muito mais baixos que o brasileiro. Na União Europeia, por exemplo, o índice está em 4%. Entretanto, o Brasil não poderia reduzir a Selic para esse nível por ter moeda menos valorizada.
- A expectativa do mercado, na próxima reunião do Copom, é de um novo corte de 0,50 p.p. e que, continuando a tendência de corte, a Selic alcance 11,75% no final do ano e um dígito (9%) apenas no final de 2024.
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